O Renascimento italiano
O
Renascimento teve inicio na Itália, na primeira metade do século XIV.
Contribuiu para isso, ao lado do desenvolvimento comercial e do
enriquecimento das cidades italianas, o fato de que em muitas regiões da
península Itálica havia obras e monumentos da cultura clássica estudada
pelos humanistas. Além disso, os italianos sofreram influência cultural
dos bizantinos e árabes. Com a invasão dos turcos, muitos sábios de
Bizâncio fugiram para a Itália levando documentos da cultura clássica.
Dos árabes, a Itália recebeu conhecimentos científicos e invenções
trazidas do Oriente.
O humanismo, base do Renascimento.
O
humanismo, ou seja, a valorização do homem, foi o elemento principal do
Renascimento. Os humanistas defendiam a bondade natural do homem e sua
capacidade de desenvolvimento. Em relação à Igreja, adotavam uma atitude
crítica, não aceitando o teocentrismo. Sem negar Deus, os valores
cristãos e a fé, defendiam o antropocentrismo, isto é, consideravam o
homem, a grande obra de Deus, como o centro do Universo e o uso da razão
como instrumento do saber.
Os
humanistas inspiraram-se nos princípios artísticos clássicos (gregos e
romanos) para suas produções. Defendiam que os gregos e os romanos
tinham um conhecimento mais amplo sobre a vida e a natureza.
As
idéias humanistas tiveram grande difusão graças à invenção da imprensa
por Gutenberg (1448). A imprensa estabeleceu-se em vários países
europeus, permitindo que rapidamente se espalhassem os ideais
humanistas, pois podiam ser impressas muitas cópias de um mesmo Livro.
As obras renascentistas foram marcadas pela riqueza
de detalhes e a reprodução de traços humanos.
Denominou-se Renascimento
o movimento cultural e artístico dos séculos XV e XVI que refletiu a
nova mentalidade do homem europeu. Essa nova mentalidade, pela qual o
homem se colocava no centro do Universo, abandonando o teocentrismo
(idéia de que Deus é o centro do Universo), foi fruto de uma série de
transformações, como o ressurgimento do comércio e da vida urbana, no
final da Idade Média, e o aparecimento de uma nova camada social, a
burguesia, que lutava para libertar-se dos obstáculos que impediam o
desenvolvimento dos seus negócios. A Itália foi o berço do Renascimento,
graças ao desenvolvimento econômico de suas cidades, que controlavam o
comércio no mar Mediterrâneo. No século XV, a cidade de Florença
constituía o principal núcleo da produção renascentista. Por quase um
século, foi governada pela família Médicis, cujos membros,
principalmente Lourenço, patrocinaram grande número de pensadores e
artistas.
No
século XVI, a cidade de Roma passou a ter a supremacia da arte
renascentista, pois era para ela que convergiam os recursos financeiros
de toda a cristandade. A enorme riqueza que chegava à cidade era
administrada pelos papas e cardeais, que também se tornaram protetores
das artes. Esses patrocinadores, burgueses ricos, príncipes, cardeais,
papas, eram chamados de mecenas, nome derivado de Caio Mecenas, protetor
de literatos e artistas na época do imperador romano Otávio Augusto.
Com o financiamento que recebiam, os artistas, poetas e escritores
tinham condições de se dedicar totalmente ao seu trabalho e desenvolver
seus estudos, que levaram à criação de novas técnicas na arquitetura, na
escultura e na pintura.
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