Rio de Janeiro (RJ)
Cultura Política
No
Estado Novo, a questão da cultura passou a ser concebida em termos
políticos. O regime criou seus próprios aparatos culturais, que
difundiam a ideologia oficial para o conjunto da sociedade. Entre as
revistas destinadas a fazer a propaganda do regime incluíam-se Cultura
Política, Ciência Política, Estudos e Conferências, Dos Jornais e outras
de caráter mais efêmero como Brasil Novo e Planalto. Dirigida por Almir
de Andrade, Cultura Política era a revista oficial, diretamente
vinculada ao DIP. Por ocasião do quarto aniversário do Estado Novo, o
próprio presidente Vargas enfatizou a importância de seu caráter
doutrinário na construção das diretrizes do Estado Nacional.
Cultura
Política circulou de março de 1941 até outubro de 1945. Era uma
publicação bem divulgada, vendida nas bancas de jornais do Rio de
Janeiro e São Paulo. Seus colaboradores eram bem remunerados, recebendo
normalmente o dobro do que pagavam as demais publicações. Conforme
explicitava seu próprio subtítulo, Cultura Política era uma "revista de
estudos brasileiros", destinada a definir e esclarecer as transformações
sócio-econômicas por que passava o país. Além de relatar minuciosamente
as realizações governamentais, a revista funcionava como uma espécie de
central de informações bibliográficas, noticiando e resenhando todas as
publicações sobre Vargas e o Estado Novo.
Segundo
Cultura Política, os intelectuais tinham um papel de fundamental
importância na estruturação da "nova ordem". Formadores da opinião
pública, a eles cabia a função de unir governo e povo, traduzindo a voz
da sociedade. A revista contava com a colaboração da nata da
intelectualidade brasileira, abrigando as mais diversas correntes de
pensamento. Entre seus colaboradores estavam os próprios ideólogos do
regime: além de Almir de Andrade, Francisco Campos , Azevedo Amaral,
Lourival Fontes e Cassiano Ricardo. Mas Graciliano Ramos, Gilberto
Freyre e Nelson Werneck Sodré também colaboraram com artigos.
Chama
a atenção em Cultura Política seu alto grau de organização e eficiência
no manejo da informação. Cada sessão era precedida de uma nota
introdutória onde se explicitavam seus objetivos e princípios
norteadores, seguindo-se notas bio-bibliográficas sobre os autores.
Essas características da publicação mostram a eficácia do projeto
ideológico estadonovista, evidenciando sua modernidade.
In: http://filosofandoehistoriando.blogspot.com.br/2011/10/educacao-cultura-e-propaganda-parte_2985.html
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