(CPDOC/ GCg1936.12.00)
"Hora do Brasil"
Desde
1931, com o Departamento Oficial de Publicidade, substituído em 1934
pelo Departamento de Propaganda e Difusão Cutural (DPDC), o governo já
vinha implantando uma política de controle da informação transmitida
pelo rádio e pela imprensa. Quando o DPDC se transformou no Departamento
Nacional de Propaganda (DNP), em 1938, inaugurou-se o programa "Hora do
Brasil", transmitido diariamente por todas as estações de rádio, com
duração de uma hora, visando à divulgação dos principais acontecimentos
da vida nacional.
A
partir de 1939 a "Hora do Brasil" passou a ser feita pelo DIP, que
tomou o lugar do DNP. O programa destinava-se a cumprir três
finalidades: informativa, cultural e cívica. Além de informar
detalhadamente sobre os atos do presidente da República e as realizações
do Estado, "Hora do Brasil" incluía uma programação cultural que
pretendia incentivar o gosto pela "boa música" através da audição de
autores considerados célebres. A música brasileira era privilegiada, já
que 70% do acervo eram de compositores nacionais. Comentários sobre a
arte popular, em suas mais variadas expressões regionais, e descrições
dos pontos turísticos do país também eram incluídos na programação.
Quanto à parte cívica, era composta de "recordações do passado", em que
se exaltavam os feitos da nacionalidade. Nas peças de radioteatro, para
as quais eram convidados os mais destacados dramaturgos da época, como
Joraci Camargo, enfocavam-se dramas históricos como a retirada da
Laguna, a abolição da escravidão e a proclamação da República.
Durante
todo o período em que esteve à frente do Ministério do Trabalho, ou
seja, de janeiro de 1942 até julho de 1945, Alexandre Marcondes Filho
fez palestras semanais na "Hora do Brasil" dirigidas aos trabalhadores.
Foram ao ar mais de 200 palestras, com duração aproximada de dez
minutos, todas as quinta-feiras. No dia seguinte as palestras eram
publicadas pelo jornal porta-voz do regime, A Manhã.
O
programa "Hora do Brasil" ficou conhecido popularmente como "o fala
sozinho". Para desfazer essa imagem, o governo, através do jornal A
Manhã, realizava enquetes de opinião nas ruas da cidade, cujos
resultados procuravam reforçar a impressão favorável do público.
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