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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Primeira República (3 de 3): Política de café com leite

Fonte: Imago História



A república garantiu aos estados algo que havia sido ambicionado por todo o século XIX: o federalismo. Contudo, o governo central encontrou uma forma de centralizar o poder, mantendo os interesses das principais elites nacionais e a estabilidade política, trata-se da política dos governadores. 


Por meio da política dos governadores a presidência apoiava os governadores estaduais, em troca, os governadores garantiriam a eleição de deputados dóceis a seus interesses e aos interesses da presidência. Trata-se de uma troca de favores, com a máxima: “é dando que se recebe”. Assim, nos estados se perpetuava oligarquias locais, e da mesma forma, no cenário nacional havia o predomínio das oligarquias de São Paulo e Minais Gerais. 

O predomínio de SP e MG na política nacional ficou conhecido como “política do café com leite”, pelo fato dos dois estados serem grandes produtores de café. As elites políticas desses dois estados se alternaram no poder presidencial durante toda a Primeira República, que passou a ser conhecida como República do Café com Leite. 

Os governadores, para garantir o apoio necessário ao presidente da república contavam com o auxilio da ajuda dos grandes fazendeiros, conhecidos, também, como coronéis. Muitas famílias vinham acumulando poder em seus rincões desde a criação da Guarda Nacional – donde surgiu o fenômeno do coronelismo – ainda no governo de D. Pedro I. Neste momento, esses fazendeiros são verdadeiramente a lei em seus municípios, intimidando, favorecendo, protegendo, punindo, coagindo e prometendo favores. 

Esses coronéis garantiam eleitores para a reprodução da política dos governadores através do chamado voto de cabresto. O “voto de cabresto” é uma das formas usuais de garantir a fidelidade do eleitor, trazido como gado do campo, de onde sai apenas para votar, já portando a cédula com os nomes dos candidatos que deveriam ser votados. Há de se observar que num momento em que não existia a Justiça Eleitoral, era em meio a uma população predominantemente rural da coesão por meio da força física ou a troca de favores. 

Abaixo temos algumas cartoons que ilustram com precisão algumas das práticas da República Velha, especialmente a política do café com leite e o voto de cabresto.





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