Powered By Blogger

terça-feira, 15 de maio de 2012

A Civilização Inca

Muito antes de Cabral dar com suas caravelas em costas brasileiras, ou mesmo Cristóvão Colombo acreditar que realmente existia um outro continente, um povo extremamente evoluído já vivia, há séculos, por grande parte da América do Sul, notadamente em seu lado oriental, nos contrafortes da Cordilheira dos Andes, perto do Lago Titicaca. Esta civilização, conhecida como Incas, mesmo não dominando a escrita, realizou prodígios de arquitetura e no cultivo de alimentos, usando técnicas, no que toca às construções, que até hoje permanecem como mistério para nós. Os Incas tinham o sol como deus maior e dele se originavam todas as suas crenças.

Dependendo da interpretação a palavra Inca pode significar várias coisas. Entre elas: as quatro direções; imperador; chefe; descendente do sol ou filho do sol. O povo inca era o legado de culturas muito mais antigas que serviram como alicerce. São citadas as dos Chavín, Paracas, Tiahuanaco, Huari e outras. Alguns destes povos já estavam na América do Sul 4000 anos antes do surgimento do Império Inca.

Também chamado de Tahuantinsuyo (as quatro direções), o Império Inca remonta ao século XII. Seu período mais próspero, quando conseguiu subjugar várias outras tribos, foi no século XV, época de sua maior expansão geográfica e cultural. Os Incas chegaram a reunir cerca de 12 milhões de pessoas, que falavam mais de 20 línguas, sendo a principal o quechua, esta falada até hoje, com extrema desenvoltura, em regiões mais afastadas da Bolívia e Peru. Nessa época os Incas se expandiam por um grande território ao longo do Oceano Pacífico e da Cordilheira dos Andes. Seus domínios alcançavam desde o rio Maule, no Chile Central, até o rio Putamayo, que atualmente marca a fronteira norte do Equador. De ponta a ponta eram quase 4800 km de extensão.

O Império se organizou politicamente com a unificação e anexação à força de várias tribos, que, no entanto, desfrutavam de relativa liberdade. Os elementos de coesão eram a religião e os tributos. Os mais altos postos do Império eram, é claro, destinados a membros da aristocracia, formada por parentes do imperador. Abaixo, na escala social, vinham os curaças, que eram os chefes locais. Depois vinham os hatumruna, agricultores e artesãos. Os yanaconas (servos) e os mitimaes (prisioneiros de guerra) eram a camada social mais baixa.

A maior herança incaica no tocante à arquitetura e hoje símbolo maior do turismo em território Peruano é a "cidade perdida" de Machu Picchu, "descoberta" somente no começo deste século, em 1911, pelo pesquisador americano Hiran Bingnan. Incrustada no alto de uma montanha, a quase 2,5 mil metros de altura, a cidade se constitui num dos maiores mistérios arqueológicos do planeta. Após um cem número de estudos e conjecturas, a única certeza é que Machu Picchu foi uma construção pertencente ao Império Inca, por todas as suas características e achados arqueológicos. É bom ressaltar que até o americano Bingman botar os olhos em Machu Picchu (no momento da "descoberta" ela estava encoberta pela mata) nenhum registro existia sobre a localidade, a não ser velhas lendas indígenas.

Os construtores de Machu Picchu descendiam de gerações de hábeis artesãos (que eram excelentes na lavra de ornamentos de ouro e prata e também cobre e cerâmica), porém quem dirigia esses trabalhadores eram os Incas, cuja capital foi, durante séculos, Cuzco (principal centro inca a partir de 1.200 d.C.). Começaram como humildes camponeses das terras altas e pastores de llama e é provável que somente 100 anos antes da chegada de Pizarro e os conquistadores, o Império teria se estendido desde o norte (Equador) até o Sul (Argentina). O império Inca alcançava então seu apogeu. A expansão inca resultou o mais vasto império da América pré-colombiana. Com uma superfície aproximada de 1.000.000 a 1.500.000 km², dividida em quatro partes: Chinchasuyu, no noroeste; Cuntisuyu, no sudoeste; Antisuyu, no nordeste e Collasuyu, incluindo a área do Titicaca, no sudeste, sendo Cuzco o ponto de encontro.

No entanto quando chegaram os espanhóis, o império se encontrava debilitado por uma grande guerra civil e conseqüentemente foi facilmente dominado.

Os trabalhos de engenharia e arquitetura inca são notáveis. As construções, carregadas de simplicidade e beleza se destacavam pelo perfeito corte das pedras, com uma técnica que permanece misteriosa até hoje. Não se sabe exatamente qual ferramenta ou ferramentas eram utilizadas para atingir tamanha perfeição. Na arquitetura, os Incas não usavam o arco, a coluna ou abóbada, se caracteriza pelas adequadas proporções e simetria tanto por suas construções maciças quanto na solidez. As fileiras inferiores de um muro eram formados com blocos maiores que as superiores, apresentando bastante segurança no que faziam. Mostraram notáveis conhecimentos na construção de caminhos, pontes, aquedutos e canais de irrigação. Na época da conquista dos espanhóis os caminhos pavimentados dos incas se estendiam por milhas e milhas pelos Andes Centrais, assim como os canais de irrigação que subiam e desciam montanhas altíssimas.

Para os incas a arte da agricultura era de interesse supremo. Não somente cultivaram muitas plantas diversas de alcance alimentício e medicinal, como também aprenderam o aproveitamento dos solos, a arte do deságüe apropriado, os métodos corretos de irrigação e de conservação da terra mediante o emprego de terraplanagem construídos a altos custos. Descobriram a importância dos fertilizantes para manter o solo rico e fértil. Na pecuária destacava-se a criação de lhamas, alpacas e vicunha, que forneciam leite, carne e lã e também eram usadas para o transporte de cargas leves. A economia era dirigida pelo estado e baseada no plantio de milho e batata. Mesmo não conhecendo as técnicas do arado os Incas desenvolveram um interessante sistema de irrigação com canais e aquedutos. Não existia propriedade privada e dinheiro.

Os Incas acreditavam na sobrevivência do espírito após a morte. Os sacrifícios, principalmente para o Deus sol, eram parte essencial da religião inca. Em ocasiões muito importantes, definidas pelos sacerdotes ou pelo imperador, animais, e muito raramente seres humanos, eram sacrificados. Mais comuns eram as oferendas de folhas de coca, bebidas, flores e roupas jogadas no fogo sagrado. Os sacerdotes desempenhavam a função de curandeiros, faziam previsões de acontecimentos e praticavam o exorcismo. Todos deviam obediência ao sumo sacerdote, o huillac humu, que ficava no templo de Cuzco. As festividades eram estabelecidas de acordo com ciclos agrícolas. 

In:  http://lery-blogdalery.blogspot.com.br/2009/12/cultura-dos-maias-astecas-e-dos-incas.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário