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domingo, 2 de junho de 2013

O período Napoleônico (1 de 4) - O Consulado

 Fonte: Imago História



O Diretório – em sua dependência em relação às forças militares – abriu espaço para que em 1799, através de um golpe apoiado por políticos burgueses e pelo exército, um de seus mais brilhantes generais subisse ao poder, Napoleão.

Não podemos esquecer que o contexto francês favoreceu a ascendência de Napoleão. Em primeiro lugar, a abolição dos privilégios de classe possibilitou que as suas conquistas militares o elevassem ao posto de general. Por outro lado, a população francesa desejava um governo que colocasse fim às agitações internas e a burguesia, ainda assombrada pelo período do terror, ansiava por um governo forte o suficiente para impedir que os jacobinos ou os monarquistas reconquistassem o poder.

A primeira etapa do governo de Napoleão é chamada de Consulado (1799-1804), período que governou com o cargo de primeiro-cônsul.

Uma nova constituição conferiu amplos poderes a Napoleão, utilizando-os para reforçar o seu poder pessoal. Nesse período Napoleão perseguiu e prendeu inimigos políticos, censurou e utilizou a imprensa a seu favor, ao mesmo tempo impulsionou a economia francesa, confirmando a reforma agrária feita durante a Revolução, criou o Banco da França e manteve a inflação sobre controle, incentivou a indústria e a educação.

Napoleão criou ainda o novo código civil, ou Código Napoleônico, que protegia o direito a propriedade e reafirmava a igualdade de todos perante a lei. O código favorecia amplamente os burgueses, defendendo a liberdade de comércio e, proibindo, inclusive, os sindicatos e as greves, e em caso de contendas trabalhistas, prevaleceria sempre à palavra do empregador. Com o Código Napoleônico, efetivou-se a separação entre a Igreja e o Estado, sendo que muitas das atribuições da Igreja passaram a ser executada pelo governo local, como o casamento e o divórcio. A laicização do estado e a introdução da idéia de liberdade religiosa permitiram que grupos tradicionalmente perseguidos, como os judeus, pudessem se estabelecer, construir sinagogas e contribuir para o crescimento econômico da região.

A revolução introduziu outras novidades na França e nos países que foram conquistados, como um novo calendário (com uma semana de dez dias e sem do domingo cristão), a coleta de lixo e um sistema unificado de medidas, com a introdução do metro do litro e do quilograma, padronizando as medidas nos territórios dominados por Napoleão.

Alegava-se a necessidade de levar as conquistas da Revolução para o resto do mundo. Há de se destacar que durante a expansão napoleônica, muitos povos acolhiam as tropas de Napoleão ou não pegavam em armas para lutar contra elas, na medida em que em muitos países, como no Sacro Império Romano, a nobreza tinha privilégios e as tropas de Napoleão simbolizavam o fim desses privilégios de classes. Os nobres, por outro lado, em vista da iminência das tropas napoleônicas e receosos do furor do povo fugiam das cidades dominadas pelos franceses. Assim, não raro, as tropas francesas eram vistas como libertadoras e os soldados como verdadeiros heróis.

Contudo, a expansão Napoleônica tinha também o objetivo de obter divisas para o falido cofre francês. A avidez dos franceses logo mostrou sua faceta na rapina e saques de igrejas, palácios e da própria população dos territórios conquistados. Em algumas situações até mesmo com um extremado desprezo dos franceses em relação a instituições consideradas ultrapassadas, utilizando-se, por exemplo, igrejas como estábulos. O anticlericalismo, aliás, foi incentivado por Napoleão, que permitiu que a aristocracia dos países dominados se apropriasse de inúmeros bens do clero, como monastérios e igrejas, que em muitos casos foram leiloados.

A população conquistada, por sua vez, se deixou de pagar impostos à nobreza de seus países, agora tinha que pagar impostos aos franceses, inclusive, com cobranças em relação aos imóveis, que passou a depender do número de portas e janelas. Essa forma de cobrança gerou uma situação um tanto quanto bizarra, onde muitas pessoas passassem a fechar as janelas com tijolos.

O cartoon abaixo faz referência ao golpe de 18 Brumário, que colocou Napoleão no poder. O caricaturista satiriza tanto o governo que estava no poder quanto a própria figura de Napoleão.


Na imagem abaixo temos Napoleão "plantando" uma nova dinastia. A imagem faz referência à ambição de Napoleão se perpetuar no poder.

Na cartoon abaixo lê-se: "Napoleão, o general do diabo".

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