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sábado, 22 de junho de 2013

D. Pedro (8º ano, Executivo)

Pedro de Alcântara, mais conhecido como Dom Pedro, nasceu em Portugal no dia 12 de outubro de 1798, filho de Dom João VI e dona Carlota Joaquina.  Segundo alguns historiadores, Dom Pedro nasceu na transição de dois tempos: o fim do absolutismo e o começo do liberalismo político. As suas ideias refletiam as mudanças que ocorriam na Europa (Revolução Francesa), mas não se desvencilhava da corte absolutista na qual crescera.
No ano de 1808, a Coroa portuguesa, juntamente com 10 mil pessoas, entre elas a família real, a nobreza, os funcionários públicos e os empregados domésticos, embarcou para o Brasil sob ameaça da invasão francesa ao território português. O que se efetivou com o Bloqueio Continental que o Imperador francês Napoleão Bonaparte submeteu Portugal.    
No momento da fuga para o Brasil, a família real, juntamente com seus “convidados”, foram protegidos em alto mar pela esquadra inglesa (a Inglaterra era inimiga secular da França). No ano de 1820, eclodiu a Revolução do Porto em Lisboa, os portugueses reivindicaram o retorno de Dom João VI para assumir o trono português.
Sem ter o que fazer, Dom João VI retornou a Portugal, deixando o seu filho Dom Pedro como príncipe regente do Brasil. No momento em que retornou a Portugal, o rei viu o Governo Provisório convocar as Cortes (Assembleia Nacional, o Parlamento) para elaboração de uma Constituição para Portugal que seria aplicada às colônias portuguesas.
Os deputados portugueses, com a escrita da Constituição, desejavam instituir uma Monarquia Constitucional Liberal para Portugal e, ao mesmo tempo, queriam reestabelecer o pacto colonial no Brasil, como o retorno ao sistema de monopólio comercial, fechar os portos ao comércio estrangeiro (principalmente da Inglaterra), ou seja, queria efetivar uma recolonização (volta à condição de colônia) do Brasil.
Os brasileiros, temerosos com as ameaças, recusaram a obedecer às imposições do Parlamento português e rapidamente surgiu um forte desejo pela independência do Brasil. A liberdade de imprensa brasileira conquistada com a vinda da família real, logo propiciou a disseminação entre a população, as ameaças que o Brasil vinha sofrendo de Portugal, e publicavam notícias de várias independências de países latino-americanos, incentivando a crescente insurreição da população brasileira para a luta da independência.
O papel da imprensa no processo de independência do Brasil se configurou como um importante aspecto, alguns historiadores questionam essa importância da imprensa, pois acreditavam que a maioria da população era analfabeta, por essa razão, a população não conhecia os ideais que os jornais disseminavam. Ao mesmo tempo, a historiadora Isabel Lustosa¹ não questiona a quantidade de analfabetos, mas ressalta que os jornais tiveram sua importância: “conta-se que muitos jornais e panfletos eram lidos em voz alta nas praças, casas e nos botequins”, disseminando assim as ideias para independência entre as camadas populares.
Assim que os deputados portugueses exigiram o retorno de Dom Pedro a Portugal, os brasileiros insatisfeitos com as medidas adotadas por Portugal entregaram ao príncipe regente um abaixo assinado com oito mil assinaturas solicitando a sua permanência. Após ter recebido a lista de assinaturas, Dom Pedro proclamou a sua permanência: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que eu fico”. A partir de então, este fato que aconteceu no dia 09 de janeiro de 1822, ficou conhecido como o dia do “fico”.
O príncipe regente, declarando a permanência no Brasil, contrariou os grupos que apoiavam a política portuguesa, esse grupo era formado principalmente por portugueses comerciantes que viviam na cidade do Rio de Janeiro. Logo após ter expressado a vontade de ficar no Brasil, Dom Pedro nomeou José Bonifácio de Andrada (intelectual formado em Direito e Filosofia na Universidade de Coimbra, Portugal) para ministro do Reino e Estrangeiros e determinou que as medidas das Cortes portuguesas não tivessem validade no Brasil.
Em contraposição às medidas determinadas por Dom Pedro, os deputados portugueses enviaram despachos de Lisboa anulando os atos políticos adotados pelo príncipe regente e intimou-o a voltar imediatamente para Portugal. No momento que tais despachos chegaram ao Brasil, Dom Pedro se encontrava em Santos, onde resolvia alguns problemas políticos. Em retorno para o Rio de Janeiro, às margens do rio Ipiranga em São Paulo, a comitiva do príncipe encontrou-se com o mensageiro que levava as mensagens vindas de Portugal. Naquele mesmo local, Dom Pedro proclamou a Independência política do Brasil: “É tempo: independência ou morte! Estamos separados de Portugal!”. 
Após a proclamação de Independência, no dia 12 de outubro de 1822, Dom Pedro foi nomeado imperador do Brasil em cerimônia realizada no dia 1º de dezembro, iniciando o período denominado de Primeiro Reinado (1822-1831). Este período ficou marcado pelas alianças políticas que o imperador manteve com uma elite conservadora, de grandes proprietários de terras, conservou alguns ministros de ideias liberais que apoiaram a Independência: José Clemente Pereira e Joaquim Gonçalves Lêdo, que faziam veemente oposição a José Bonifácio, acusando-o de ser conservador.
No ano de 1824, os Estados Unidos reconheceram a Independência do Brasil, em 1825 Portugal assinou um acordo por pressão inglesa reconhecendo a autonomia política brasileira, em troca Portugal solicitou um pagamento de dois milhões de libras esterlinas inglesas por parte do Brasil. Com enormes problemas financeiros, Dom Pedro contraiu uma dívida com a Inglaterra para pagar esta quantia solicitada por Portugal.
Em 1823, Dom Pedro convocou a Assembleia Constituinte formada por grandes proprietários de terra, comerciantes, magistrados, bacharéis e militares para redação da Constituição brasileira, a partir deste momento, iniciaram conflitos políticos entre uma elite liberal contra outra conservadora. Neste ínterim, Dom Pedro, receoso de ter seu poder enfraquecido, temeu uma Constituição de cunho liberal, então resolveu dissolver a Assembleia Constituinte, prendendo e expulsando do Brasil alguns políticos - entre eles José Bonifácio de Andrada.
Desde então, o partido português, formado por comerciantes lusitanos (eram contrários à independência), ganhou a simpatia do imperador. Para amenizar as divergências políticas, Dom Pedro nomeou um grupo de dez pessoas para redigir a Constituição que foi outorgada no ano de 1824. A primeira Constituição brasileira estipulava que o país era uma monarquia hereditária, a religião oficial era a católica, o voto era censitário, ou seja, somente uma elite financeira poderia votar e o principal poder seria o Moderador, exercido pelo monarca.
Com a Constituição de 1824, grande parte da população composta pela classe média, pobres, mestiços e escravos permanecia marginalizada politicamente, socialmente e economicamente. Houve neste momento uma crescente impopularidade do imperador, em 1824, iniciou-se em Pernambuco um movimento contrário à política de Dom Pedro, a chamada Confederação do Equador (de cunho separatista, queriam separar do Brasil) que rapidamente alcançou outras províncias do nordeste: Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Rapidamente, o imperador, temeroso de o movimento ganhar grandes proporções, decidiu esmagar e castigar violentamente os líderes.
As violentas medidas adotadas pelo imperador só serviram para desgastar a sua imagem perante a sociedade. Outro fato que ocasionou a insatisfação popular de Dom Pedro foi a Guerra Cisplatina (1825-1828), onde o Brasil mantinha incorporado ao seu território a Província Cisplatina (atual Uruguai) anexada durante a regência de Dom João VI. A luta pela província desencadeou uma guerra contra a Argentina que reivindicava a incorporação deste território. Esta província tornou-se um país independente chamado Uruguai.
Com a crescente insatisfação popular, os gastos com os massacres empreendidos durante os conflitos contra a Confederação do Equador e a Guerra Cisplatina, o povo passou por muitas dificuldades, com a aproximação do imperador ao partido português, a elite proprietária de terra brasileira temeu a recolonização do Brasil, o país passou por intensas crises financeiras, o Banco do Brasil decretou falência em 1829.
A imprensa brasileira publicava duras críticas ao imperador e, assim, iniciou-se crescentes agitações populares nas províncias. No ano de 1831, no dia 7 de abril, o Imperador abdicou do trono e retornou a Portugal (lá morreu acometido por tuberculose no ano de 1834). Como a monarquia era hereditária, seu filho Pedro de Alcântara, com apenas cinco anos na época, passou ser o herdeiro do trono. Com este fato, findou o Primeiro Reinado no Brasil, iniciando outra fase da história brasileira, o Período Regencial (1831-1840).

In:  http://www.brasilescola.com/historiab/dom-pedro.htm

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