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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O genocídio em Ruanda



Conforme sabemos, a ação imperialista no continente africano foi responsável por várias situações de conflito entre as populações nativas. Um dos mais lamentáveis frutos desse tipo de intervenção se desenvolveu quando os belgas, no início do século XX, se instalaram na região de Ruanda. Ali temos a presença dos tutsis e hutus, duas etnias que há muito ocupavam a mesma região.

Do ponto de vista cultural, tutsis e hutus partilhavam de uma série de similaridades por falarem a mesma língua e seguirem um mesmo conjunto de tradições. Contudo, quando os belgas chegaram à região, observaram que estes dois grupos étnicos se diferenciavam por conta de algumas características físicas. Geralmente, os tutsis têm maior estatura, são esguios e tem um tom de pele mais claro.

Na perspectiva dos belgas, essas características eram suficientes para acreditarem que os hutus – mesmo sendo a maioria da população – seriam moralmente e intelectualmente inferiores aos tutsis. Dessa forma, os imperialistas criaram uma situação de ódio e exclusão socioeconômica entre os habitantes de Ruanda. A política distintiva dos belgas chegou ao ponto de registrar nas carteiras de identidade quem era tutsi e hutu.

Na década de 1960, seguindo o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, o território ruandês foi deixado pelos belgas. Em quase meio século de dominação, ódio entre as duas etnias transformara aquela região em uma bomba prestes a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população tutsi.

Pressionados pelo revanchismo, os tutsis abandonaram o país e formaram imensos campos de refugiados em Uganda. Mesmo acuados, os tutsis e alguns hutus moderados se organizaram politicamente com o intuito de derrubar o governo do presidente Juvenal Habyarimana e retornar ao país. Com o passar do tempo, esta mobilização deu origem à Frente Patriótica Ruandense (FPR), liderada por Paul Kagame.

Na década de 1990, vários incidentes demarcavam a clara insustentabilidade da relação entre tutsis e hutus. No ano de 1993, um acordo de paz entre o governo e os membros do FPR não teve forças para resolver o conflito. O ponto alto dessa tensão ocorreu no dia 6 de abril de 1994, quando um atentado derrubou o avião que transportava o presidente Habyarimana. Imediatamente, a ação foi atribuída aos tutsis ligados ao FPR.

Na cidade de Kigali, capital da Ruanda, membros da guarda presidencial organizaram as primeiras perseguições contra os tutsis e hutus moderados que formavam o grupo de oposição política no país. Em pouco tempo, várias estações de rádio foram utilizadas para conclamar outros membros da população hutu a matarem os “responsáveis naturais” daquele atentado.

A propagação do ódio resultou na formação de uma milícia não oficial chamada Interahamwe, que significa “aqueles que atacam juntos”. Em pouco mais de três meses, uma terrível onda de violência tomou as ruas de Ruanda provocando a morte de 800 mil tutsis. O conflito contra as tropas governistas acabou sendo vencido pelos membros do FPR, que tentaram estabelecer um regime conciliatório.

Apesar dos esforços, a matança e a violência em Ruanda fizeram com que cerca de dois milhões de cidadãos fugissem para os campos de refugiados formados no Congo. Nesta região, o problema entre as etnias tutsi e hutu continuaram a se desenvolver em várias situações de conflito. O atual governo de Ruanda, liderado por tutsis, promoveu algumas invasões ao Congo em busca de alguns líderes radicais da etnia hutu.

Nos últimos anos, a prisão do guerrilheiro tutsi Laurent Nkunda e as experiências bem sucedidas nos campos de desmobilização vêm amenizando a convivência entre tutsis e hutus. Além disso, o presidente Paul Kagame anulou os antigos registros que diferenciavam a população por etnia. Em algumas cidades de pequeno porte, já é possível observar que os traumas do genocídio de 1994 estão sendo superados.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Conflito entre Hutus e Tutsi

O conflito entre hutus e tutsi ocorre principalmente na área dos atuais Ruanda e Burundi, pequenos países localizados no oeste da África. O primeiro povo a habitar essa área de que se tem registro foram os twa. Por volta do séc. XIV a área foi conquistada pelos hutus, provenientes da bacia do rio Congo, que difundiram sua cultura para os twa. No século seguinte os tutsi, uma etnia originada nas cercanias do rio Nilo, invadem também a região, submetendo os hutus à servidão e estabelecendo um reino organizado num sistema feudal e baseado na crença racista da superioridade dos tutsi sobre os hutus. Em Ruanda praticamente não se davam casamentos entre as duas etnias/castas, os quais eram mais comuns em Burundi. Neste o governo ficava nas mãos do rei, o "mwami", que provinha de várias famílias nobres, as "ganwa", conforme o jogo político. Em Burundi os hutus também tinham maior liberdade econômica do que em Ruanda. Já neste país o poder do rei, o "mwami", era absoluto e ele era apoiado por um sistema de vassalagem-suserania, pelo qual eram divididos os domínios. Neste sistema, chamado "ubuhake", os hutus ficavam completamente subjugados política e economicamente aos tutsi. Por volta de 1880 o imperialismo branco europeu chega à área e Ruanda e Burundi são incorporados à África Oriental Alemã. Os tutsi tornam-se colaboracionistas dos alemães e depois dos belgas que passam a ocupar a área durante a I Guerra Mundial (1914-1918). A Liga das Nações concede estes territórios à Bélgica, passando a se denominar Território de Ruanda-Urundi. Missionários brancos cristãos, católicos e protestantes, durante todo o domínio europeu trabalham junto às populações locais servindo, intencionalmente ou não, como agentes de uma força ideológica desestabilizadora do sistema de casta. Ainda que tendo os tutsi como intermediários de sua dominação sobre os hutus, o governo branco belga se vê constrangido, em 1958, a forçar o governo tutsi de Ruanda a desmontar o "ubuhake". No ano seguinte os hutus revoltam-se e o governante tutsi e cerca de 200.000 tutsi fogem do país. Em 1.º de julho de 1962, Ruanda torna-se independente tendo no poder o presidente hutu Grégoire Kayibanda. No mesmo dia Burundi torna-se independente, porém sob o governo monárquico do rei tutsi Mwami Mwambutsa IV. Desde então golpes de estado e conflitos étnicos têm feito parte da história de Ruanda e Burundi: tudo aquilo que tradição autoritária somada a racismo, tribalismo, elitismo, dependência econômica e carência educacional sempre predispõem.

w.nacaomestica.org/hutus_tutsi.htm

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Resolução do estudo dirigido: Imperialismo

1.      Preencha o quadro abaixo no seu caderno.

IMPERIALISMO
Conceito
Foi um sistema de expansão capitalista que se deu por meio de conquistas militares ou de dominação política.
Motivos
 Expansão dos negócios e ampliação das margens de lucro por parte dos empresários capitalistas, busca de matérias-primas, prestígio e poder para as nações imperialistas, mão-de-obra barata
Áreas conquistadas
 África, Ásia e Oceania
Países imperialistas
 Inglaterra, França, Holanda, Alemanha, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália, Holanda, EUA, Japão.
Resultados
 Acúmulo de grande soma de capital pelos empresários; dependência e pobreza crescentes das regiões conquistadas; aculturação; milhares de mortes por causa de guerras, doenças e trabalhos forçados; aumento da rivalidade entre as nações na disputa por áreas e mercados mundiais.

2.  Qual a relação entre a industrialização na segunda metade do século XIX e a expansão imperialista?

    O surgimento da concorrência e o novo padrão industrial, que exigiam grandes investimentos e produção em escala, levam à busca por regiões onde se possa amplicar as margens de lucro do investimento, através de maior rendimento do capital empregado, do custo mais baixo das matérias-primas e da mão-de-obra.

3.      Sobre o imperialismo do século XIX, explique a Conferência de Berlim.

      Reunião das grandes potências em 1884-1885 para partilhar o continente africano entre elas.

4.      Como os países imperialistas justificavam ideologicamente a dominação colonial na África, Ásia e Oceania? 

      Os países imperialistas justificavam de diferentes formas a colonização da África, Ásia e Oceania. A principal justificativa era de cunho científico: apropriando-se das teorias de Darwin, os sociólogos da época passaram a defender a idéia de uma "superioridade racial" européia em relação a outras sociedades. Outra justificativa foi a religiosa: os religiosos europeus acreditavam que os povos da África, por exemplo, tinham um modo de vida "bárbaro" e "primitivo". Por meio da catequização, eles teriam contato com o cristianismo e valores da cultura européia, dita "superior". Dessa forma, essas sociedades deixariam de ser "primitivas" para se tornarem "civilizadas".

5.      O que foi o Socialismo científico?

     Uma nova maneira de organizar a sociedade proposta por Karl Marx e Friedrich Engels, na qual defendiam uma sociedade igualitária, através do fim da propriedade privada dos meios de produção. A transformação da sociedade capitalista teria de ser feita pelos próprios proletários, que tomariam o poder e direcionariam as políticas do Estado para atender às suas necessidades (revolução do proletariado)

6.      O que as pesquisas científicas atuais afirmam sobre o conceito de raça?

    Atualmente, está comprovada cientificamente a igualdade biológica entre os seres humanos e, portanto, a inexistência das chamadas "raças humanas". Hoje, usa-se o termo etnia para designar grupos sociais que se identificam pela mesma origem e cultura.

6.      Em sua opinião, há razões que justificam a dominação de um povo por outro? Quais?

7.      Em seu dia-a-dia, você presencia atitudes preconceituosas? Descreva-as.

Iluminismo (4 de 4) - O despotismo esclarecido

O despostismo esclarecido foi uma forma de governo adotada por alguns monarcas europeus durante o século XVIII, que se caracterizava pela mistura de práticas absolutistas e idéias iluministas.
Estes monarcas promoveram reformas nos campos político, econômico, social e religioso. Entre essas reformas, estavam o combate à corrupção e aos privilégios da nobreza e do clero, a melhor administração dos tributos, a abolição da servidão e o incentivo à agricultura, à indústria e ao comércio.

Os principais déspotas esclarecidos foram:

Frederico II: foi o principal déspota esclarecido prussiano onde reformou o sistema penal, aboliu as torturas praticadas por seu pai, fundou escolas promovendo a educação, incentivou a produção cultural comercial e manufatureira, decretou a tolerância religiosa.

Catarina II: estrangeira da Prússia assumiu a Rússia e construiu escolas, hospitais, reformou e modernizou cidades, racionalizou a administração pública e limitou a ação da igreja.

José II: imperador da Germânia aboliu a servidão e a tortura, secularizou seus bens, fundou escolas, hospitais e asilos, concedeu liberdade de culto a toda crença religiosa, criou impostos para o clero e a nobreza, limitou feriados e peregrinações, tornou a língua alemã como obrigatória.

Marquês de Pombal: conde português que iniciou reformas administrativas econômicas e sociais desenvolveu o comércio colonial, isentou impostos para exportações, fundou o banco real, expulsou os jesuítas de Portugal, modernizou o exército. 


O despotismo esclarecido no Brasil...

O maior representante do despotismo esclarecido em Portugal foi Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, que foi ministro do rei D. José I.
Como no século XVIII o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, o despotismo esclarecido do marquês de Pombal também teve reflexos por aqui. Assim como no Reino português, Pombal procurou reduzir o poder da Igreja Católica na Colônia, principalmente por meio da expusão dos jesuítas.
No plano econômico, aumentou o valor dos impostos e incentivou a criação de companhias de comércio. Como nessa época a extração de ouro e de diamantes estava em declínio, o aumento dos impostos gerou um enorme descontentamento em várias regiões da Colônia.

 Marquês de Pombal

Atividade sobre o Iluminismo

Vamos exercitar?
Fonte: http://mekstein.blogspot.com/2010/02/atividade-iluminismo-7a-serie.html


As luzes da razão

No texto a seguir, o escritor Jostein Gaarder apresenta a justificativa para o nome do movimento “iluminista”.

“[...] A maioria dos filósofos do iluminismo tinha uma crença inabalável na razão humana. Isto era algo tão evidente que muitos chamam o período do iluminismo francês simplesmente de ‘racionalismo’. A nova ciência natural deixara claro que tudo na natureza era racional. Assim, os filósofos iluministas consideravam sua tarefa criar um alicerce para a moral, a ética e a religião que estivesse em sintonia com a razão imutável do homem. [...] Dizia-se, então, que era chegado o momento de ‘iluminar’ as amplas camadas da população, ou seja, de esclarece-las. [...] Entre o povo, porém, imperavam a incerteza e a superstição. Por isso, dedicou-se especial atenção à educação.[...] Os filósofos iluministas diziam que somente quando a razão e o conhecimento se tivessem difundido entre todos é que a humanidade faria grandes progressos. Era apenas uma questão de tempo para que desaparecessem a irracionalidade e a ignorância e surgisse uma humanidade iluminada, esclarecida.[...]
Os filósofos iluministas franceses não se contentaram apenas com as concepções teóricas sobre o lugar do homem na sociedade. Eles lutaram ativamente por aquilo que chamaram de ‘direitos naturais’ dos cidadãos. Tratava-se sobretudo de uma luta contra a censura, ou seja, pela liberdade de imprensa. No que respeita à religião, à moral e à política, o indivíduo precisava ter assegurado o seu direito à liberdade de pensamento e de expressão de seus pontos de vista. Além disso, lutou-se contra a escravidão e por um tratamento mais humano dos infratores das leis.”

GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.338 e 340.

Responda:

  1. Que palavra pode ser considerada sinônimo de luz, ou de iluminação, de acordo com o pensamento iluminista?
  2. O movimento iluminista era otimista ou pessimista com relação ao futuro da humanidade? Copie do texto um trecho que justifique a sua resposta.
  3. Cite algumas práticas decorrentes das teorias iluministas.
  4. Quais os principais direitos naturais do homem, segundo a visão iluminista?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Resolução do Estudo Dirigido: A Segunda Revolução Industrial

1. Explique, com suas palavras, o que foi a Segunda Revolução Industrial.
A Segunda Revolução Industrial representou um aprimoramento técnico e científico, na segunda metade do século XIX, da Revolução Industrial.

2. Diferencie a Segunda Revolução Industrial da Primeira.
A primeira ficou limitada à Inglaterra e se caracterizou pelo uso do ferro, do carvão e do vapor enquanto a segunda se expandiu para a Europa, os EUA e o Japão, além de ser marcada pelo uso de novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade, e o aço como matéria-prima.

3. Como se deu a aproximação entre a ciência e a indústria na Segunda Revolução Industrial e qual o resultado disso?
Os empresários investiam em pesquisas científicas para encontrar solução técnicas que lhes trouxessem mais lucros e menos custos. Dessa forma, as pesquisas científicas realizadas nas universidades acabam sendo dirigidas pelas necessidades das indústrias.

4. Fale sobre os impactos da modernização na vida das pessoas.
As novas tecnologias desenvolvidas a partir da Segunda Revolução Industrial provocaram muitas transformações no cotidiano das pessoas que viviam nos países industrializados. Foram inventados novos meios de comunicação, como o telégrafo e o telefone, que permitiram às pessoas se comunicar com mais rapidez. As descobertas científicas e industriais também revolucionaram os meios de transporte, possibilitando a produção e a modernização do automóvel, do trem, do bonde elétrico, da bicicleta, do avião e do transatlântico. Dessa forma, as pessoas puderam se locomover com muito mais facilidade e rapidez. Além disso, a eletricidade, por exemplo, permitiu o uso de lâmpadas elétricas, o que possibilitou às pessoas aproveitar mais o período noturno para trabalhar, estudar ou mesmo passear pelas ruas da cidade. Outra utilidade para a energia elétrica foi no funcionamento de novos eletrodomésticos, como a geladeira e o ferro de passar roupas elétrico.

5. Por que a cidade era o símbolo da era industrial?
Como sede da burguesia enriquecida, que ali tinha mansões e escritórios, a cidade foi beneficiada com as novidades tecnológicas e embelezada com edifícios luxuosos, praças arborizadas e avenidas largas. A cidade era uma espécie de cartão de visitas da prosperidade e do progresso da burguesia local.

6. Que modificações ocorreram nas cidades em função do grande crescimento da população?
As cidades passaram por amplas reformas para ampliação da rede de água e esgoto, abertura de avenidas, instalação de iluminação pública, de trilhos para os bondes, estações de metrô.

7. "Todas as pessoas dos países industrializados desfrutaram das vantagens da industrialização". Você concorda com essa afirmação? Justifique a sua resposta.
Resposta pessoal. No entanto, espera-se que o aluno chegue à conclusão de que os benefícios não se estenderam a todas as parcelas da sociedade, na medida em que, nos bairros operários, que geralmente ficavam próximos às indústrias, não havia rede de esgoto nem abastecimento de água e gás. Além disso, a poluição causada pelas fábricas provocava sérios problemas de saúde nos moradores desses bairro.

8. A Primeira Revolução Industrial se baseva na livre concorrência, isto é, na liberdade de comércio e produção e em pequenas e médias empresas, cujos proprietários usavam seus lucros para investir em seus negócios. Essas características se mantiveram na Segunda Revolução Industrial?
Não. A Segunda Revolução Industrial se caracterizou pela concentração industrial que levou ao surgimento de grandes empresas. Estas, por controlarem o mercado e os preços, acabaram destruindo a livre concorrência. Ocorreu, também, o fortalecimento do poder dos grandes bancos, cujos empréstimos mantinham indústrias e empresas comerciais sob sua dependência.

9. O que é capitalismo financeiro?
Grupo restrito de empresas que dominam praticamente sozinhas o mercado, fruto da união da indústria com o capital bancário.

Cheiro!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A Segunda Revolução Industrial

A EXPANSÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Segunda Revolução Industrial representou um aprimoramento técnico e científico, na segunda metade do século XIX, da Primeira e focalizou a produção no seguimento de indústrias de grande porte (siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas, automobilísticas, transporte ferroviário e naval). Essa etapa da indústria mundial produziu profundas modificações no contexto do espaço geográfico no qual essa revolução foi desenvolvida.

O conjunto de novidades tecnológicas favoreceu uma flexibilização produtiva na atividade industrial, posicionando países que lideram o processo de industrialização como algumas nações européias, além dos Estados Unidos e Japão que ingressaram na Segunda Revolução Industrial. 

O período que mais marcou os avanços tecnológicos foi entre o final do século XIX até meados do século XX, quando o mundo vivenciou uma série de avanços na tecnologia, medicina entre outros. A partir de 1870, os motores a vapor foram gradativamente substituídos pelos motores de combustão interna e também pelos motores elétricos. 
 
As mudanças econômicas, sociais e políticas desse período tiveram como base duas novas fontes de energia: a eletricidade e o petróleo. O ferro, principal material da primeira fase da industrialização, aos poucos foi substituído pelo aço, um material mais leve, maleável e resistente.

AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EXPANSÃO INDUSTRIAL

Com o desenvolvimento efetivo da atividade industrial em diversas partes do mundo, os donos dos meios de produção e capitais começaram a direcionar recursos financeiros para o desvendamento e criação de novas tecnologias como procedimentos produtivos, máquinas, equipamentos entre outros, todos com intuito de dinamizar e acelerar a produtividade e automaticamente os percentuais de lucros.

Desse modo, grande parte dos avanços tecnológicos foi derivado de pesquisas científicas que são realizadas para o aperfeiçoamento industrial. Esse processo é contínuo, pois constantemente busca novos materiais, novas tecnologias e métodos de produção com o objetivo de ampliar as margens de lucros.

INVENÇÕES DA SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (EXEMPLOS)

Máquina de costura: EUA, 1846
Lâmpada incandescente: EUA, 1854
Motor de combustão interna: Alemanha, 1866
Dínamo elétrico: Alemanha, 1866
Máquina de escrever: EUA, 1867
Telefone: EUA, 1876
Processamento de aço: Grã-Bretanha, 1877
Automóvel: Alemanha, 1885
Turbina a vapor: Grã-Bretanha, 1890
Motor a diesel: Alemanha, 1897
Dirigível: Alemanha, 1900

OS TRANSPORTES E AS COMUNICAÇÕES

As novas tecnologias desenvolvidas no período provocaram muitas transformações no cotidiano das pessoas. Novos meios de comunicação, como o telégrafo e o telefone, permitiram às pessoas se comunicarem com maior rapidez. Além disso, os meios de transporte sofreram uma revolução advinda das descobertas científicas e industriais. Com elas, as pessoas puderam se locomover com muito mais facilidade e rapidez.

OUTRAS INOVAÇÕES

Inovações tecnológicas, surgidas no final do século XIX e início do século XX, modificaram bastante o dia-a-dia das pessoas. A eletricidade, por exemplo, possibilitou às pessoas aproveitarem mais o período noturno. Outra mudança relacionada à energia elétrica foi a possibilidade de colocar em funcionamento novos eletrodomésticos, como a geladeira e o ferro de passar roupas elétrico. Data desta época, também, os primeiros fogões a gás, os vasos sanitários com descarga, as máquinas fotográficas e cinematográficas, os aparelhos de raio X, entre outros.

A VIDA NAS GRANDES CIDADES

Como sede da burguesia enriquecida, que ali tinha mansões e escritórios, a cidade foi beneficiada com as novidades tecnológicas e embelezada com edifícios luxuosos, praças arborizadas e avenidas largas. Ela era uma espécie de cartão de visitas da prosperidade e do progresso da burguesia local e, por isso, passou por amplas reformas para ampliação da rede de água e esgoto, abertura de avenidas, instalação de iluminação pública, de trilhos para os bondes, estações de metrô. Em contrapartida, nos bairros operários, que geralmente ficavam próximos às indústrias, não havia rede de esgoto nem abastecimento de água e gás. Com isso, pode-se afirmar que as melhorias urbanas não beneficiaram toda a população dos países industrializados, que também sofria com sérios problemas de sáude provenientes da poluição causada pelas fábricas.

CONSEQÜÊNCIAS DA SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Expansão do Capitalismo
Novas formas de indústrias e empresas
Surgimento de graves questões sociais
Burguesia no poder
Imperialismo 
Entre outros.

 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Tempo e a História

O tempo e a História: A compreensão da passagem do tempo é fundamental nos estudos históricos. Podemos perceber e medir o tempo de várias maneiras: o tempo da natureza, por exemplo, não depende da vontade humana. Ele pode ser percebido, entre outras maneiras, pelo envelhecimento das pessoas; o tempo cronológico obedece às regras humanas. Ele é um produto cultural, pois foi criado pelo ser humano e pode variar de uma época para outra ou em sociedades diferentes. O tempo histórico acompanha os ritmos das transformações sociais. Ele não se confunde com o tempo cronológico, pois a cronologia é apenas uma ferramenta usada para organizar os fatos históricos no tempo. No tempo histórico, traçamos um limite no tempo para estudar os seus acontecimentos característicos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres humanos viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as outras pessoas, de um jeito específico. A História não é prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o historiador é obrigado a ir e voltar no tempo Ele volta para compreender as origens de uma determinada situação estudada e segue adiante ao explicar os seus resultados.
Século: período de 100 anos, contando do ano 1 ao 100, do 101 ao 200 e assim sucessivamente. Para identificar o século a que pertence uma data qualquer, basta eliminar a unidade e a dezena do ano em foco e somar 1 ao restante do número.

Vamos aprender como identificar o século?

Como converter anos em séculos?
1- Se o ano terminar em 00, permanece o(s) dígito(s) inicial(is), convertido(s) em século.
Exemplo: 1200 = séc.XII; 300 = séc.III
2- Se o ano não terminar em 00, acrescenta-se 1 ao(s) dígito(s) inicial(is), convertido(s) em século.
Exemplo: 1756 = (17 + 1) = 18 = séc.XVIII; 101 = (1 + 1) = 2 = séc.II; 55 a. C. = (0 + 1) = séc. I a. C.
Como converter séculos em anos?
1- Converte-se o(s) dígito(s) inicial(is), do romano ao cardinal, acresentando dois zeros. Este é o ano final.
Exemplo: séc.XVI=16+00=1600
Em seguida, subtrai 99 do número, encontrando, assim, o ano inicial.
Exemplo: 1600 - 99=1501
Ou seja, o séc.XVI inicia em 1501 e termina em 1600.
Periodização da História: com o objetivo de facilitar o estudo, a História foi dividida em períodos. Essa divisão ainda hoje gera polêmica entre os historiadores, pois: 1) não leva em conta a transição de um período para o outro. Afinal, as mudanças não ocorrem de um ano para o ouro, como aparece nela. Um exemplo disso, é o processo da Revolução Francesa, que se estendeu por dez anos; além disso, ela se baseia em eventos ligados ao contexto do continente europeu, espelhando uma visão eurocêntrica do mundo - desconsiderando o que se passava, por exemplo, na África ou na Ásia; outro fator que gera descontentamento está relacionado ao fato de existirem povos que não utilizam a escrita, mas que independente disso possuem uma história. No entanto, essa divisão ainda é adotada e conhecê-la facilita a compreensão e produção de textos históricos.

Linha do tempo: Do surgimento dos primeiros hominídeos (+ ou - 7 milhões de anos) até + ou - 4000 a.C., com o surgimento da escrita, considera-se o período da Pré-história. A partir daí, inicia-se a Idade Antiga, que vai até 476 dC, quando se deu a queda do Império Romano. A Idade Média ou Medieval vai, então, até 1453 dC, com a tomada de Constantinopla pelos turcos;Inicia-se a Idade Moderna, que vai até 1789, com a Revolução Francesa; finalmente temos a Idade Contemporânea, período no qual estamos inseridos.


Fontes Históricas: para conhecer o passado os historiadores recorrem às fontes históricas, que são todos os vestígios deixados pelo ser humano ao longo do tempo. Ou melhor, é tudo aquilo que pode nos fornecer informações sobre o passado e que serve à construção do conhecimento histórico. Podem ser escritas como documentos, leis, registros de negócios, cartas, livros, biografias, etc. Ou não escritas, como monumentos, fotografias, armas utensílios domésticos, ferramentas, etc.
O conhecimento histórico se transforma: ao analisar e interpretar uma fonte histórica, o historiador constrói um determinado conhecimento sobre o passado. Esse conhecimento não é absoluto e, por isso, pode ser questionado por outros estudiosos. Uma fonte histórica não preserva o passado exatamente como ele aconteceu, no entanto, ela oferece ao estudioso importantes informações a respeito desse passado. Ao analisar uma fonte, o pesquisador deve levar em consideração seu próprio ponto de vista sobre a história, tendo como base suas vivências e entendimento de mundo. É por essa razão que a análise de uma mesma fonte, feita por historiadores diferentes, pode resultar em conclusões diversas sem que uma delas esteja absolutamente certa e a outra errada. Por fim, é importante considerar que o conhecimento histórico se modifica ao longo do tempo, pois cada momento histórico apresenta seu próprio entendimento sobre acontecimentos passados. É por isso que, atualmente, muitos aspectos da história do Brasil não são interpretados da mesma maneira que há 30 anos, por exemplo.
O historiador: o trabalho do historiador é bastante instigante, pois lida com temas e assuntos relacionados a acontecimentos que, em sua grande maioria, ocorreram muito tempo antes do nascimento dele e sua função é interpretar esses acontecimentos históricos. No entanto, os acontecimentos são "produtos" sociais "fabricados" por seres humanos que sonharam, pensaram e agiram. Cabe ao historiador analisar esses "produtos sociais" e construir sua interpretação do momento histórico que estiver pesquisando. Vale salientar que é impossivel que um historiador seja capaz de avaliar, discutir, compreender e explicar todos os acontecimentos, sentimentos e pensamentos que contribuíram para que determinado evento acontecesse. Assim, ele escolhe, de acordo com a finalidade de sua pesquisa, os aspectos que irá estudar, as fontes que irá analisar, as opiniões que pretende discutir, os sentimentos que julga mais importantes. Como um detetive, o historiador analisa um acontecimento com base nas fontes históricas, aceita ou recusa interpretações já existentes, colhe depoimentos e chega a uma conclusão. Nenhum evento histórico tem pureza total. O registro dos acontecimentos reflete sempre, de um modo ou de outro, o pensamento, a opinião - e até os interesses - daquele que fez anotações sobre o que viu, ouviu ou viveu.


Vamos fazer uma exercício para ajudar na compreensão do assunto? 

A fotografia também é utilizada como fonte histórica. Entretando, assim como uma pintura, ela privilegia o ponto de vista do autor e pode não revelar aspectos importantes de um mesmo acontecimento. Observe as figuras a seguir:

A)
Comemoração dos 500 anos do Brasil - Jorge Sampaio e Fernando Henrique Cardoso, presidentes de Portugal e do Brasil, respectiviamente.
B)
Protestos dos movimetnos sociais ocorridos na festa dos 500 anos em 2000. 
Foto: Antonio Saturnino| Ag. A TARDE| 22.4.2000
a) Descreva a figura A.
b) Descreva a fotografia B.
c) Quais são as semelhanças entre essas fotografias? E as diferenças?
d) Explique, com base no que foi apresentado, por que duas fotografias podem retratar aspectos diferentes de um mesmo acontecimento.