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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Tempo e a História

O tempo e a História: A compreensão da passagem do tempo é fundamental nos estudos históricos. Podemos perceber e medir o tempo de várias maneiras: o tempo da natureza, por exemplo, não depende da vontade humana. Ele pode ser percebido, entre outras maneiras, pelo envelhecimento das pessoas; o tempo cronológico obedece às regras humanas. Ele é um produto cultural, pois foi criado pelo ser humano e pode variar de uma época para outra ou em sociedades diferentes. O tempo histórico acompanha os ritmos das transformações sociais. Ele não se confunde com o tempo cronológico, pois a cronologia é apenas uma ferramenta usada para organizar os fatos históricos no tempo. No tempo histórico, traçamos um limite no tempo para estudar os seus acontecimentos característicos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres humanos viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as outras pessoas, de um jeito específico. A História não é prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o historiador é obrigado a ir e voltar no tempo Ele volta para compreender as origens de uma determinada situação estudada e segue adiante ao explicar os seus resultados.
Século: período de 100 anos, contando do ano 1 ao 100, do 101 ao 200 e assim sucessivamente. Para identificar o século a que pertence uma data qualquer, basta eliminar a unidade e a dezena do ano em foco e somar 1 ao restante do número.

Vamos aprender como identificar o século?

Como converter anos em séculos?
1- Se o ano terminar em 00, permanece o(s) dígito(s) inicial(is), convertido(s) em século.
Exemplo: 1200 = séc.XII; 300 = séc.III
2- Se o ano não terminar em 00, acrescenta-se 1 ao(s) dígito(s) inicial(is), convertido(s) em século.
Exemplo: 1756 = (17 + 1) = 18 = séc.XVIII; 101 = (1 + 1) = 2 = séc.II; 55 a. C. = (0 + 1) = séc. I a. C.
Como converter séculos em anos?
1- Converte-se o(s) dígito(s) inicial(is), do romano ao cardinal, acresentando dois zeros. Este é o ano final.
Exemplo: séc.XVI=16+00=1600
Em seguida, subtrai 99 do número, encontrando, assim, o ano inicial.
Exemplo: 1600 - 99=1501
Ou seja, o séc.XVI inicia em 1501 e termina em 1600.
Periodização da História: com o objetivo de facilitar o estudo, a História foi dividida em períodos. Essa divisão ainda hoje gera polêmica entre os historiadores, pois: 1) não leva em conta a transição de um período para o outro. Afinal, as mudanças não ocorrem de um ano para o ouro, como aparece nela. Um exemplo disso, é o processo da Revolução Francesa, que se estendeu por dez anos; além disso, ela se baseia em eventos ligados ao contexto do continente europeu, espelhando uma visão eurocêntrica do mundo - desconsiderando o que se passava, por exemplo, na África ou na Ásia; outro fator que gera descontentamento está relacionado ao fato de existirem povos que não utilizam a escrita, mas que independente disso possuem uma história. No entanto, essa divisão ainda é adotada e conhecê-la facilita a compreensão e produção de textos históricos.

Linha do tempo: Do surgimento dos primeiros hominídeos (+ ou - 7 milhões de anos) até + ou - 4000 a.C., com o surgimento da escrita, considera-se o período da Pré-história. A partir daí, inicia-se a Idade Antiga, que vai até 476 dC, quando se deu a queda do Império Romano. A Idade Média ou Medieval vai, então, até 1453 dC, com a tomada de Constantinopla pelos turcos;Inicia-se a Idade Moderna, que vai até 1789, com a Revolução Francesa; finalmente temos a Idade Contemporânea, período no qual estamos inseridos.


Fontes Históricas: para conhecer o passado os historiadores recorrem às fontes históricas, que são todos os vestígios deixados pelo ser humano ao longo do tempo. Ou melhor, é tudo aquilo que pode nos fornecer informações sobre o passado e que serve à construção do conhecimento histórico. Podem ser escritas como documentos, leis, registros de negócios, cartas, livros, biografias, etc. Ou não escritas, como monumentos, fotografias, armas utensílios domésticos, ferramentas, etc.
O conhecimento histórico se transforma: ao analisar e interpretar uma fonte histórica, o historiador constrói um determinado conhecimento sobre o passado. Esse conhecimento não é absoluto e, por isso, pode ser questionado por outros estudiosos. Uma fonte histórica não preserva o passado exatamente como ele aconteceu, no entanto, ela oferece ao estudioso importantes informações a respeito desse passado. Ao analisar uma fonte, o pesquisador deve levar em consideração seu próprio ponto de vista sobre a história, tendo como base suas vivências e entendimento de mundo. É por essa razão que a análise de uma mesma fonte, feita por historiadores diferentes, pode resultar em conclusões diversas sem que uma delas esteja absolutamente certa e a outra errada. Por fim, é importante considerar que o conhecimento histórico se modifica ao longo do tempo, pois cada momento histórico apresenta seu próprio entendimento sobre acontecimentos passados. É por isso que, atualmente, muitos aspectos da história do Brasil não são interpretados da mesma maneira que há 30 anos, por exemplo.
O historiador: o trabalho do historiador é bastante instigante, pois lida com temas e assuntos relacionados a acontecimentos que, em sua grande maioria, ocorreram muito tempo antes do nascimento dele e sua função é interpretar esses acontecimentos históricos. No entanto, os acontecimentos são "produtos" sociais "fabricados" por seres humanos que sonharam, pensaram e agiram. Cabe ao historiador analisar esses "produtos sociais" e construir sua interpretação do momento histórico que estiver pesquisando. Vale salientar que é impossivel que um historiador seja capaz de avaliar, discutir, compreender e explicar todos os acontecimentos, sentimentos e pensamentos que contribuíram para que determinado evento acontecesse. Assim, ele escolhe, de acordo com a finalidade de sua pesquisa, os aspectos que irá estudar, as fontes que irá analisar, as opiniões que pretende discutir, os sentimentos que julga mais importantes. Como um detetive, o historiador analisa um acontecimento com base nas fontes históricas, aceita ou recusa interpretações já existentes, colhe depoimentos e chega a uma conclusão. Nenhum evento histórico tem pureza total. O registro dos acontecimentos reflete sempre, de um modo ou de outro, o pensamento, a opinião - e até os interesses - daquele que fez anotações sobre o que viu, ouviu ou viveu.


Vamos fazer uma exercício para ajudar na compreensão do assunto? 

A fotografia também é utilizada como fonte histórica. Entretando, assim como uma pintura, ela privilegia o ponto de vista do autor e pode não revelar aspectos importantes de um mesmo acontecimento. Observe as figuras a seguir:

A)
Comemoração dos 500 anos do Brasil - Jorge Sampaio e Fernando Henrique Cardoso, presidentes de Portugal e do Brasil, respectiviamente.
B)
Protestos dos movimetnos sociais ocorridos na festa dos 500 anos em 2000. 
Foto: Antonio Saturnino| Ag. A TARDE| 22.4.2000
a) Descreva a figura A.
b) Descreva a fotografia B.
c) Quais são as semelhanças entre essas fotografias? E as diferenças?
d) Explique, com base no que foi apresentado, por que duas fotografias podem retratar aspectos diferentes de um mesmo acontecimento.  

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