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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Islão (vídeos) - 7º ano, Executivo




O Islão (7º ano, Executivo)

Introdução

A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. A religião muçulmana é monoteísta, ou seja, tem apenas um Deus: Alá.
Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.



Vida do profeta Maomé
Muhammad (Maomé) nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais.
Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.









Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.
Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.
Livros Sagrados e doutrinas religiosas

O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.


Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos.
A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.
Preceitos religiosos
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:

- Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;
- Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;
- Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;
- Realização diária das orações;
- Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.
Locais sagrados

Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.
Figura 1: Árabes em torno do templo da Caaba.
Divisões do Islamismo

Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.

Conquistas territoriais




A expansão islâmica foi motivada pelos interesses mercantis dos grupos de comerciantes árabes e pela possibilidade de pilhagens e conquistas de terras férteis, favorecendo os interesses dos povos beduínos. Além disso, atribui-se a ela o enfraquecimento do Império Persa e a propagação da fé islâmica, obrigação pregada pelos descendentes de Maomé.
No primeiro século de existência, os árabes definiram um processo de expansão responsável pela formação de um vasto império territorial que se estendia da Península Ibérica, norte da África e do Oriente Médio, chegando inclusive às fronteiras da China e da Índia.
Economia, religião e cultura
As principais atividades econômicas, desenvolvidas pelos povos árabes foram o comércio e a indústria. As caravanas árabes estendiam os seus contatos até as regiões da Índia e do Extremo Oriente. Além das especiarias provenientes do Oriente, os árabes permitiam ao mundo ocidental o contato com as invenções dos chineses, como a pólvora, a bússola e o papel e com as dos hindus, como os algarismos, que passaram a ser chamados de algarismos arábicos. Os principais produtos orientais comercializados pelos povos árabes eram porcelana, musselina, tapetes, marfim, sedas, ouro, jóias, além de escravos.
Na atividade agrícola, da criação da curva de nível, os árabes desenvolveram técnicas assimiladas de diferentes povos. Boa parte das terras do império eram divididas em pequenas propriedades, exploradas pelos próprios donos. Nas grandes propriedades, era comum a presença de escravos, servos e rendeiros livres.
No campo religioso, o islamismo, doutrina criada por Maomé, possuía como princípios fundamentais a crença em Alá, como único Deus, e em Maomé, como seu legítimo profeta. Além disso, o islâmico é obrigado a orar cinco vezes ao dia, voltado para Meca; visitar Meca, pelo menos uma vez na vida; jejuar no mês do Ramadã (o nono mês lunar dos islâmicos) além de promover a caridade. A religião islâmica prega a crença no paraíso, no Juízo Final, na imortalidade da alma e na existência dos anjos. Segundo as orientações contidas no Alcorão, o livro sagrado com os ensinamentos de Maomé, os muçulmanos devem se abster da bebida, da carne de porco e dos jogos de azar. O Alcorão condena o roubo, o homicídio e a reprodução da figura humana. Admite, por outro lado, a escravidão e a poligamia.



A capacidade de assimilar e a de reelaborar o patrimônio cultural das diferentes civilizações com as quais tiveram contato fizeram dos árabes uma civilização que em muito se notabilizou no campo científico.
Aos árabes se deve a tradução da obra do astrônomo grego Ptolomeu, conhecida como Almagesto, e a criação de importantes laboratórios em Damasco, em Córdoba e no Cairo. Desenvolveram paralelamente os primeiros estudos de alquimia, com o objetivo de produzir a pedra filosofal, substância que poderia transformar todos os metais em ouro. Nessa época, acabaram descobrindo várias substâncias, como o álcool, o ácido sulfúrico e o salitre. Os estudos árabes sobre a alquimia contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento da química como ciência. Foram também os árabes que promoveram a descrição dos processos de destilação, filtração e sublimação.
No campo da medicina, os árabes estabeleceram o diagnóstico de doenças como a varíola e o sarampo. A obra Cânon, do médico Avicena, foi utilizada como manual de medicina na Europa até o século XVII.
Na matemática, os árabes desenvolveram os estudos de álgebra e de trigonometria, além da propagação do sistema numérico arábico, na verdade de origem hindu.
Na literatura, rica e imaginativa, os árabes desenvolveram importantes obras como o Rubayat, contendo as poesias de Omar Kayaman, além da obra em prosa As mil e uma noites, coleção de histórias, fábulas e contos eróticos e aventuras, inspirados na literatura dos povos egípcio e persa. Ibn Khaldum foi o mais importante historiador árabe, considerado os fatores de ordem material fundamentais, para o entendimento do processo civilizatório.
A pintura e a escultura foram antes menos desenvolvidas devido às restrições do Alcorão, que proíbe a retratação da figura humana. Destaca-se, no entanto, a originalidade da arte dos arabescos como recurso decorativo.
A arquitetura foi a principal arte desenvolvida, apresentando a combinação dos estilos bizantino e persa. Os árabes construíram palácios e mesquitas utilizando nesses obras a técnica de cripta em foram de bulbo, os minaretes, os arcos em ferradura, os arabescos e os mosaicos. Destacam-se como obras notáveis dos povos árabes a Mesquita de Omar, os palácios de Alhambra em Granada e Alcaçar em Sevilha.
Na filosofia, destaca-se a influência dos pensadores gregos, como Platão e Aristóteles. Avicenas e Averrois sobressaíram-se pela preservação e divulgação do racionalismo grego no Ocidente.
Finalmente, é importante ressaltar a influência árabe na língua portuguesa, em função da prolongada presença desses povos na região da Península Ibérica (século VII ao XV).

In: http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2010/09/terceiro-ano-cndl-colegio-notre-dame-de.html

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Alta Idade Média e o Feudalismo - ppt - 7º ano, Executivo


Adam Smith, pai do Liberalismo econômico, vida e obra (vídeo)


"Musiquinha" sobre o Feudalismo


Feudalismo (vídeo) - 7º ano, Executivo


O Feudalismo (vídeo) - 7º ano, Executivo


Iluminismo (vídeo) - 8º ano, Executivo




O Iluminismo (8º ano, Executivo)

Para compreender o que significa o Iluminismo, devemos lembrar como era a França (e grande parte da Europa) no século XVIII. Quem mandava na França era o rei que tinha o poder absoluto, considerado o grande “pai” dos franceses e através da teoria divina dos reis o representante de deus na terra. Obviamente, na medida em que centralizava o poder em suas mãos, a monarquia não permitia nenhum tipo de contestação, impedindo a difusão do liberalismo, que de uma forma ampla pode ser entendido como a liberdade de expressão, liberdade política, liberdade econômica e religiosa. Além disso, a sociedade francesa era altamente hierarquizada, e nessa hierarquia, aliás, como na maioria das hierarquias as classes consideradas “altas” tinham muitos privilégios – essas classes diziam respeito à nobreza e o clero – enquanto a grande maioria da população tinha que arcar com esses privilégios.

É contra esses privilégios que existiam em grande parte da Europa, que inúmeros pensadores começarão a formar uma atitude crítica, denunciando os abusos e a falta de moral vigente na época. Esses pensadores ficarão conhecidos como iluministas, uma derivação de “iluminar”, fazer compreender, esclarecer. Vamos analisar algumas das principais características do movimento iluminista:

Humanismo – crença na capacidade humana, onde o ser humano e colocado no centro do mundo, para agir a partir da utilização da sua razão. Trata-se, verdadeiramente de uma crença e confiança na perfectibilide do homem. 

Racionalismo – uma das principais características do homem moderno o racionalismo esta ligado com a apropriação e dominação do conhecimento, com a capacidade do homem, através de suas faculdades de se aprimorar. Os iluministas acreditavam que o racionalismo era o ponto de partida para que homens abandonassem o misticismo a superstição e o fanatismo religioso que reinavam na época. Uma das mais importantes contribuições para o racionalismo foi dada por Descartes, que viveu no século XVII, com a máxima, “Penso, logo existo”.

Anticlericalismo – é a partir dessa época que se acentua uma mudança fundamental, que persiste até os dias de hoje, que é a dissociação entre a ciência e a religião. Até então a religião tinha uma importância muito grande em relação ao que era considerado certo ou errado, permitido ou proibido. Com o iluminismo a razão passa a ocupar cada vez mais esse lugar decisório, crescentemente, até chegarmos à ciência moderna, onde religião e ciência costumam estar em campos antagônicos. Nesse sentido, é claro que teremos o crescimento de um sentimento anticlerical, uma vez que a igreja muitas vezes é considerada obscurantista (a fé parte da premissa da crença e não da explicação dos fenômenos naturais), ou seja, contrária os espírito de “iluminar” que os pensadores procuravam defender. Há de se destacar que a maioria dos pensadores defendia a existência de Deus, e se consideravam “deístas”; e mais do que isso levava em conta o desenvolvimento da razão como um caminho para se chegar ao criador.

Otimismo – a crença na razão humana levava os pensadores iluministas (em sua grande maioria) a um grande otimismo em relação ao futuro do homem. Acreditavam que a razão, as se espalhar levaria os seres humanos ao uma nova sociedade, uma nova humanidade, o que era suficiente para que esse espírito otimista em relação à mudança se disseminasse. 

Crença inabalável no progresso – os avanços no campo da ciência levavam os pensadores a uma crença inabalável no progresso dos homens. É essa crença no progresso que servirá de combustível para o grande otimismo dos iluministas. Há de se destacar, contudo, que se tratava do suposto progresso da civilização européia, que segundo a maioria dos pensadores era mais avançada que africanos e asiáticos, por exemplo. Esses povos eram considerados atrasados, primitivos, e teriam que evoluir para alcançar o patamar dos europeus. Trata-se, portanto, de um progresso ilimitado, mas linear (alguns povos e civilizações mais avançadas, outras ainda incivilizadas).

Na imagem abaixo a Liberdade, munida com o cetro da razão lança raios sobre a Ignorância e o Fanatismo.

Iluminismo (O despotismo esclarecido) - 8º ano, Executivo

O despostismo esclarecido foi uma forma de governo adotada por alguns monarcas europeus durante o século XVIII, que se caracterizava pela mistura de práticas absolutistas e idéias iluministas.
Estes monarcas promoveram reformas nos campos político, econômico, social e religioso. Entre essas reformas, estavam o combate à corrupção e aos privilégios da nobreza e do clero, a melhor administração dos tributos, a abolição da servidão e o incentivo à agricultura, à indústria e ao comércio.

Os principais déspotas esclarecidos foram:

Frederico II: foi o principal déspota esclarecido prussiano onde reformou o sistema penal, aboliu as torturas praticadas por seu pai, fundou escolas promovendo a educação, incentivou a produção cultural comercial e manufatureira, decretou a tolerância religiosa.

Catarina II: estrangeira da Prússia assumiu a Rússia e construiu escolas, hospitais, reformou e modernizou cidades, racionalizou a administração pública e limitou a ação da igreja.

José II: imperador da Germânia aboliu a servidão e a tortura, secularizou seus bens, fundou escolas, hospitais e asilos, concedeu liberdade de culto a toda crença religiosa, criou impostos para o clero e a nobreza, limitou feriados e peregrinações, tornou a língua alemã como obrigatória.

Marquês de Pombal: conde português que iniciou reformas administrativas econômicas e sociais desenvolveu o comércio colonial, isentou impostos para exportações, fundou o banco real, expulsou os jesuítas de Portugal, modernizou o exército. 


O despotismo esclarecido no Brasil...

O maior representante do despotismo esclarecido em Portugal foi Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, que foi ministro do rei D. José I.
Como no século XVIII o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, o despotismo esclarecido do marquês de Pombal também teve reflexos por aqui. Assim como no Reino português, Pombal procurou reduzir o poder da Igreja Católica na Colônia, principalmente por meio da expusão dos jesuítas.
No plano econômico, aumentou o valor dos impostos e incentivou a criação de companhias de comércio. Como nessa época a extração de ouro e de diamantes estava em declínio, o aumento dos impostos gerou um enorme descontentamento em várias regiões da Colônia.

 Marquês de Pombal

Iluminismo (Os fisiocratas e Adam Smith) - 8º ano, Executivo

Da mesma forma que no campo político e religioso, no campo econômico o iluminismo exerceu grande influência, questionando incisivamente as chamadas práticas mercantilistas do estado absolutista, onde a economia era gerida pela monarquia, inclusive através de inúmeros monopólios, prevalecimento de determinadas companhias e acumulação de capitais. O que os iluministas queriam era exatamente a liberdade no campo econômico, ou seja, a não interferência da monarquia na economia, uma vez que acreditavam que existiam leis naturais responsáveis pela regulação das atividades econômicas. Defendiam, pois: 

  • A liberdade de mercado,
  • A livre concorrência,
  • A liberdade na estipulação dos contratos entre o capital (empregador) e o trabalhador, sem levar em conta as antigas corporações de ofício, que procuravam proteger os trabalhadores de determinado segmento (por exemplo, sapateiros).

Os primeiros pensadores que atuavam no campo da economia e passaram a questionar o mercantilismo defendendo a idéia da auto-regulação das atividades econômicas ficaram conhecidos como fisiocratas. A palavra fisiocracia da deriva do grego, que significa algo como “governo da natureza”. Realmente os fisiocratas acreditavam que todas as fontes de riqueza provinham da terra, sejam elas as atividades agrícolas ou mineradoras. E as indústrias e o comércio? Para os fisiocratas, diziam respeito a atividades complementares, mas que não geravam riquezas uma vez que a indústria transforma a matéria-prima e a comercio proporciona a circulação da mercadoria. 

Na trilha dos fisiocratas surgiria um dos grandes economistas do século XVIII, Adam Smith. Em 1776 Smith publicou o seu mais famoso livro “A riqueza das nações”, onde tal quais os fisiocratas criticava o mercantilismo, e defendia o liberalismo na economia, por exemplo, com a teoria da oferta e da procura, onde sugeria a existência de uma “mão invisível” do mercado, que seria responsável por uma auto-regulação das atividades produtivas. Assim se existe um produto em abundância a tendência e do preço baixar e se outro produto e raro e difícil de encontrar os indivíduos concordará em pagar um preço maior. A mão do mercado faria o papel de redirecionar as forças produtivas de acordo com as necessidades da população, e a concorrência entre os produtores seria benéfica para toda a sociedade. 

Mas ao contrário dos fisiocratas, Adam Smith, defendia a idéia de que não era a terra a principal fonte de riqueza, mas sim, o trabalho. Assim, para Adam Smith o trabalho seria responsável pela geração de riqueza. Mas esse trabalho deveria obedecer à regra da especialização, ou seja, cada um executando uma etapa da produção da mercadoria. . Por essa divisão, as operações de produção de um bem, que antes eram executadas por um único homem (artesão), são agora decompostas e executadas por diversos trabalhadores, que se especializam em tarefas específicas e complementares. 

Executando apenas uma operação esse trabalhador adquiriria destreza nessa operação, levando à redução do tempo para a produção da mercadoria, e conseqüentemente ao aumento da produtividade. Maior produtividade significa lucro maior. O que estava em jogo era o fim da autonomia do trabalho artesanal e a reunião e domesticação dos trabalhadores na fábrica. A divisão do trabalho defendida por Adam Smith teria a função de destruir o saber fazer do artesão. 

Para que essa sociedade voltada para o trabalho se viabilizasse, houve necessidade de construir um corpo disciplinar que envolvesse todos os indivíduos dentro e fora da fábrica. A ordem burguesa da produtividade tornava se a regra que deveria gerir todas as instâncias do social. Para isso, instituiu se um discurso moralizante que visava cristalizar no conjunto da sociedade a ética do tempo útil. 

O tempo útil do trabalho produtivo deveria funcionar como um "relógio moral" que cada indivíduo levaria dentro de si. O uso do tempo que não de forma útil e produtiva, conforme o ritmo imposto pela fábrica passou a ser sinônimo de preguiça e degeneração. Só o trabalho produtivo, fundado na máxima utilização do tempo dignificava o homem.

Iluminismo (Montesquieu, Rousseau e Voltaire) - 8º ano, Executivo

Os inúmeros pensadores iluministas espalhados por toda a Europa escreveram inúmeros livros defendendo a suas ideais, muitas vezes se contraponto. Contudo, a grande síntese do espírito do Iluminismo foi materializada na grande Enciclopédia dirigida por Diderot e D’Alambert, que compreendia 35 volumes e levou quase 30 anos para ser publicada, ao decorrer da segunda metade do século XVIII (com a contribuição de inúmeros pensadores iluministas). A Enciclopédia tinha a pretensão de sistematizar todo a conhecimento humano, uma verdadeira audácia. Mais que uma obra, a Enciclopédia é um grande elogio a razão, à capacidade humana, ao conhecimento, ao otimismo em relação ao progresso desse conhecimento, dos homens e da sociedade como um todo. 

Vamos analisar a seguir alguns dos principais pensadores considerados iluministas e as suas principais contribuições: 

Rousseau – Em sua obra “Do contrato social” Rousseau estabeleceu os princípios da democracia moderna. Em sua obra defende que os homens através de um pacto se organizam numa comunidade política, e que essa comunidade deve ser, portanto, a expressão da vontade geral. O povo é soberano e é a sua vontade de deve prevalecer; se isso não acontecer, o povo não apenas pode, mas deve substituí-lo. 

Apesar de ser considerado um iluminista Rousseau escreveu uma obra chamada “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, onde defendia que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Para Rousseau, nos primórdios na existência humana os homens viviam de forma “natural” e tinham poucas necessidades, que facilmente eram satisfeitas. Esse foi à época de ouro para os seres humanos, em que não havia desigualdade entre os homens, que viviam em paz e com liberdade. Contudo, o estabelecimento da propriedade privada teria tornado os homens gananciosos mesquinhos, avarentos, invejosos. A desigualdade entre os homens foi estabelecida, portanto com a propriedade privada, quando o primeiro homem teve a audácia de cercar determinado local e disser-se-se dono de tudo. Nesse sentido, apesar de ser considerado um iluminista, Rousseau criticava o iluminismo e as conquistas da civilização e dizia que os homens se aperfeiçoam somente para o mal. 

Voltaire – Um dos principais pensadores do iluminismo Voltaire ficou conhecida pela escrita bem-humorada e afiada e pelas inúmeras e contundentes críticas aos reis absolutistas, em especial na França. Em uma palavra Voltaire defendia o liberalismo, seja ele econômico, político, ou religioso. Um exemplo da postura de Voltaire pode ser apreendido em uma das mais famosas expressões a respeito da liberdade de expressão em todos os tempos: “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. Voltaire, ao contrário de Rousseau defendia o progresso das ciências e dar artes e o avanço da suposta civilização européia. Os dois grandes pensadores do iluminismo, que eram contemporâneos chegaram a travar discussões; numa delas, em tom provocativo, Voltaire convidou Rousseau a seguir os conselhos de seu livro, e retornar ao estado natural. Para tanto Voltaire oferecia inclusive suas propriedades, onde Rousseau poderia ruminar com companhia de seus bois. 

Montesquieu – "Só o poder freia o poder". O francês Montesquieu é responsável pela teorização a respeito da famosa divisão dos três poderes. Para ele a concentração do poder na mão de uma única pessoa proporcionará inevitavelmente o abuso de poder. Assim, o correto seria dividir esses poderes em parcelas, que seriam o poder Executivo (para administrar o país e executar as leis), o Legislativo (elaborar e aprovar leis) e o Judiciário (fiscalizar o cumprimento das leis e julgar os casos de conflito). A autonomia dos três poderes, segundo Montesquieu garantiria o bom funcionamento da sociedade, num processo de fiscalização mútua. Contudo, deve-se destacar que Montesquieu não defendia a idéia de que o povo devesse tomar o poder, ao contrário, defendia o sistema monárquico. 

“Num Estado, isto é, numa sociedade em que há leis, a liberdade não pode consistir senão em poder fazer o que se deve querer e em não ser constrangido a fazer o que não se deve desejar”. 

Abaixo uma gravura de Voltaire e Rousseau.

Filme "Morte ao rei" - 8º ano, Executivo


A Revolução Inglesa (8º ano, Executivo) - ppt