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sábado, 3 de novembro de 2012

Fim da Guerra Fria

 In:http://imagohistoria.blogspot.com.br/2012/04/guerra-fria-9-de-9-fim-da-guerra-fria.html
 
Entre os fatores que marcam o colapso da UESS pode-se mencionar:

· A corrida armamentista exigiu grandes investimentos, agravando as dificuldades econômicas para a URSS.

· O acidente nuclear de Chernobyl, que mostrava exatamente essa fragilidade soviética, acentuando os protestos contra o regime. O acidente deu origem a uma grande nuvem radioativa, que equivalia a cem vezes toda a radiação provocada pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki juntas. Calcula-se que cerca de 30 mil pessoas morreram pelos efeitos da radiação e mais de 5 milhões ficaram expostas ao efeito radioativo. O governo soviético admitiu que houvesse algo de errado somente 4 dias após o acidente, e demorou duas semanas para reconhecer a real gravidade de Chernobyl.

· A estagnação tecnológica. Durante a década de 1970 e 80 a distância entre as grandes potências capitalistas e a URSS se evidenciou um verdadeiro abismo. Os soviéticos haviam ficado muito distanciados do bloco capitalista nas áreas de ciência e tecnologia, como, por exemplo, a informática. Enquanto as economias capitalistas adotavam os princípios do toyotismo e revolucionavam as técnicas produtivas e gerenciais, a URSS ainda permanecia com técnicas taylorista. Efetivamente, somente na corrida armamentista e na corrida espacial os soviéticos conseguiam se igualar aos EUA.

· Por outro lado a economia planificada e a falta de perspectiva de obtenção de lucros ou melhoria no nível de vida faziam com que se disseminasse uma grande falta de estímulo pelo trabalho.

· O não convencimento do discurso igualitário em face de uma elite soviética que desfrutava de benefícios diferenciados.

No ano de 1985, Mikhail Gorbachev assumiu o cargo de Secretário Geral do Partido Comunista, galgando grande prestígio internacional e surpreendendo o mundo com a sua proposta de reduzir 50% das armas estratégicas soviéticas e acabar com os arsenais atômicos até o ano de 2000. Os americanos ficaram atônitos, principalmente, porque na mesma época os americanos tentavam intensificar a Guerra Fria com o projeto “Guerra nas Estrelas”, que pretendia criar um espetacular sistema de defesa contra ataques externos.

Para tentar resolver esses problemas estruturais da URSS, Mikhail Gorbatchev aplicou dois grandes planos de reforma. A perestroika (que significa reestruturação) era uma reforma econômica, destinando especial atenção para a produção de bens de consumo, o que na visão de Gorbachev era um dos grandes desafios para a manutenção do socialismo. Segundo essa perspectiva deveria ser observada uma maior qualidade na produção das mercadorias, descentralizando o sistema produtivo, passando inclusive, pela diminuição do orçamento militar, com a retirada das tropas do Afeganistão.

Por outro lado, Gorbatchev deu início a um processo de abertura cultural e redução dos instrumentos de censura, que ficou conhecido como glasnost (transparência). A glasnost dizia respeito à "liberdade de expressão" e a transparência das ações do governo, retirando a forte censura que o governo comunista impunha.

A perestroika não alcançou os efeitos desejados, a glasnost, em compensação, numa população sedenta de liberdade, avançou muito além do que era desejado. Os questionamentos e contestações se multiplicavam: Chernobyl, a ineficiência da burocracia, o atraso tecnológico e a péssima qualidade dos produtos, o autoritarismo, os privilégios das classes dirigentes, racionamentos de alimentos e combustíveis, etc.


Essas medidas afirmavam, por um lado, o fim da corrida armamentista e, por outro lado, o afrouxamento do Pacto de Varsóvia. Com problemas econômicos e críticas pululando por todos os lados, a URSS abria brechas para que suas áreas de influência começassem, igualmente, a questionar o domínio soviético.


A partir de 1988 os regimes socialistas começaram a cair um a um e a URSS não tinha condições políticas para fazer a repressão tal qual havia ocorrido em 1956 na Hungria e 1968 na Tchecoslováquia.


O primeiro a colocar fim ao regime socialista foi à Hungria, em 1988, sem a intervenção das tropas soviéticas, que se retiraram pacificamente. A onda democrática atingiu em seguida a Polônia, culminando com a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989 e a posterior proposta de anexação das Alemanhas. Seguiram-se processos democratizantes na Bulgária, Romênia e Tchecoslováquia. Na Iugoslávia, o fim do comunismo levou a uma guerra étnica entre os sérvios e os croatas entre 1991 e 1992, dando origem a Eslovênia, Sérvia, Croácia, além da Bósnia Herzegovina, da Macedônia e de Montenegro.


O esmorecer do comunismo levou a derrocada de Gorbachev, e a explosão dos nacionalismos nas várias repúblicas que formavam a URSS sob o comando da Rússia e do Partido Comunista. Em março de 1990 a Lituânia proclamou a sua independência, em junho era a vez da Ucrânia e da Bielo-Rússia, em abril a Geórgia. Por fim, no dia 25 de dezembro 1991, Gorbachev, anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, renunciando ao cargo que ocupava, e ao seu sonho de ver um mundo socialista. Pode-se dizer que ao abrir mão de parte do poder, Gorbachev perdeu todo ele. 

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