Em meados do século
XIX, o Paraguai era um país que tentava se modernizar. Em comparação com os
seus vizinhos sul-americanos, até que conseguia um relativo sucesso: não tinha
dívida externa alarmante, não possuía escravos, o governo tinha certa
preocupação em relação ao ensino público, e havia um processo de distribuição
de terras para o cultivo.
Sem se submeter ao
capital estrangeiro, o país desenvolvia, com recursos próprios, suas ferrovias,
fábricas de tecidos, telégrafos, estaleiros, metalúrgicas e instrumentos agrícolas.
Tarifas alfandegárias altas protegiam os produtos nacionais. Dessa forma, o
Paraguai marchava em sua tentativa de modernização.
Assim, uma das
possibilidades em relação aos motivos que levaram à Guerra do Paraguai (1864 –
1870) é exatamente o processo de expansão do território paraguaio (que
pretendia ter acesso ao Atlântico), bem como o controle do eixo econômico
estratégico representado pelo Rio da Prata e sua rede hidrográfica,
importantíssimo para o desenvolvimento da região.
Frente à ofensiva
paraguaia, o império brasileiro se aliou com as elites dos países platinos
(Argentina e Uruguai), formando a Tríplice Aliança, contra Solano Lopez (do
Paraguai). Era comum a imprensa brasileira retratar Solano López como um tirano
louco. Caçado pelos brasileiros, o comandante paraguaio não teve direito à
clemência: foi morto com golpes de lança e tiro nas costas. Depois, seu corpo
foi mutilado e pisoteado por soldados brasileiros.
Nas tropas
brasileiras, a maioria dos soldados era de origem negra ou mestiça. Muitos
escravos foram alforriados para lutar na guerra e, em troca, seus proprietários
receberam uma indenização do governo brasileiro. As mulheres participaram
ativamente da Guerra do Paraguai.
Terminada a guerra,
o Paraguai ficou em ruínas: 75% de sua população foi exterminada; a indústria e
agricultura, destruídas, nunca mais se recuperaram; as terras e as ferrovias
foram vendidas a estrangeiros. E os vencedores? A Argentina anexou parte do
território paraguaio e se tornou o mais forte dos países do Prata; o Uruguai
(beneficiado com o fluxo de distribuição de materiais) sai fortalecido na sua
economia; e o Brasil (com um exército constituído na maior parte de gente
humilde e escravos) perdeu cerca de 100 mil homens, pediu mais dinheiro à
Inglaterra e restou combalido financeiramente até o final do Império.
O governo
brasileiro conseguiu confirmar as fronteiras que eram reivindicadas antes da
guerra começar. Além disso, o conflito armado provocou a modernização e o
fortalecimento institucional do Exército brasileiro. Com a maioria de seus
oficiais comandantes provenientes da classe média urbana e seus soldados
recrutados entre a população pobre e os escravos, o Exército brasileiro se
tornou uma força política importante, apoiando os movimentos republicanos e
abolicionistas que levaram ao fim do regime monárquico no Brasil.
Se para o governo
brasileiro o episódio que deu início à guerra foi o aprisionamento do navio
Marquês de Olinda, para os paraguaios, a ofensiva partiu do Brasil com sua
intervenção militar na região platina. Os frutos da guerra (venda de navios,
empréstimos financeiros e livre comércio na bacia platina), no entanto, foram
colhidos pela Inglaterra.
De posse destas informações, responda:
1.
Quais os
países envolvidos na Guerra do Paraguai? Quando ocorreu?
2.
O que a Guerra
do Paraguai colocava em jogo? Qual o estopim para a Guerra?
3.
Quais foram
os maiores beneficiados com ela? Quais os resultados da guerra para o Paraguai? E
para o Brasil?
4.
Você acha
que o Brasil tem uma dívida histórica com o Paraguai? Por quê?
Quais as respostas das perguntas??
ResponderExcluirQuais as respostas das perguntas??
ResponderExcluirResponder por favor
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