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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA



Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais: descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações ou Expansão Marítima ou Ultramarina Européia, que representou o avanço de navegações próximas ao litoral (mar fechado) para mar aberto. No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do Oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do Oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais para poderem também lucrar com este interessante comércio. Outro fator importante que estimulou as navegações nesta época foi a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poderem obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois significaria novos fiéis. Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época (se quiser ver mais sobre isso, ler absolutismo e mercantilismo, assuntos visto no bimestre passado).
Portugal foi o pioneiro nas navegações, no século XV, devido a uma série de condições encontradas no país: foi o primeiro a ter um governo centralizado nas mãos do rei; a grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, também ajudou; as caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações; o país contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar; lá também houve a preocupação com os estudos náuticos, e os portugueses chegaram a criar até mesmo um centro de estudos: A Escola de Sagres. Além disso, Portugal contava com uma posição geográfica privilegiada.


Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e, portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo. Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio - este utilizava a localização dos astros como pontos de referência. Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens. A conquista de Ceuta foi o marco inicial da expansão ultramarina portuguesa. A aventura portuguesa recebeu o nome de “Périplo Africano”, pois alcançou as Índias contornando a África no decorrer do século XV. À medida que descobriam novas regiões, criavam feitorias. Nelas, ficavam alguns homens encarregados de negociar com os nativos do local. Os portugueses queriam adquirir somente lucros. Em 1498, Vasco da Gama chegou à Calicute, nas Índias, e Portugal passou a deter o controle sobre o comércio das mercadorias orientais. Em 1500, Pedro Álvares Cabral, a serviço da Coroa portuguesa, chega à Calicute com a missão de estabelecer uma sólida relação comercial e política com os povos do Oriente – nesta viagem descobre o Brasil.

 



A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. O país só entrou na corrida ultramarina após o casamento dos Reis Católicos, que passaram a se esforçar por organizar um Estado centralizado – conseguido em 1492, após a expulsão dos árabes do território. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África , os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês (italiano) Cristovão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico (Ocidente) . Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus.
A expectativa de encontrar terras provocou conflitos entre Portugal e Espanha, que assinaram vários acordos: Toledo-Alcáçovas (1480), Bula Intercoetera (1493), Tordesilhas (1494). Países, como a França, não aceitaram as decisões do tratado. Segundo o rei francês, Francisco I, ele desconhecia o testamento deixado por Adão, no qual dividia o mundo entre estas duas nações.



Conseqüências das grandes navegações: o principal eixo comercial se deslocou do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, as cidades italianas perderam o monopólio que desfrutavam desde a Baixa Idade Média, os monarcas ampliaram seus poderes, transformando-se em governantes absolutistas, dominação das civilizações asteca e inca pelos espanhóis, extermínio de grande parte da população nativa do continente americano, afluxo de metais preciosos.

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