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sábado, 10 de dezembro de 2011

A crise da República Velha ou Oligárquica (1919 – 1930)

  • Oligarquia: governo concentrado nas mãos de poucos que, em geral, agem em benefício de seus próprios interesses.

1.      Panorama

  •   Até 1919: predomínio das elites paulista e mineira sobre a vida política nacional (café-com-leite).
  • Década de 1920: mudanças significativas abriram espaço para o fortalecimento de novos grupos sociais e idéias. Os governos oligárquicos continuaram a priorizar a economia agroexportadora e deixavam de lado os interesses dos grupos surgidos no processo de industrialização e urbanização.
  •  Resultado: Revolução de 1930, movimento armado que colocou fim na hegemonia das oligarquias, mas não das estruturas oligárquicas de poder.

2.      Fatores que contribuíram para a crise da República Velha:

  •  O crescimento urbano: as classes urbanas que surgiram com a industrialização
·         Uma burguesia industrial (composta pelos ex-cafeicultores que passaram a ter duas fontes de renda), que queria uma menor dependência da indústria estrangeira e investimento na indústria nacional.
·         Operariado: maior parte de imigrantes que passa a se organizar para exigir leis trabalhistas do governo. Começam influenciados pelo anarquismo, mas em 1917 passam a ser, predominantemente, socialistas (porque passaram a enxergar o socialismo como uma ideologia que se concretiza quando vêem a Revolução Russa de 1917). Queriam melhores condições de vida e de trabalho.
·         Classes médias urbanas: ligadas ao setor de serviços e uma classe intelectual. Queriam uma política industrial, social e moralização da política a favor do voto secreto.

  • A fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) – 1922
·         Influencia sobre o movimento operário.

  • A política de valorização do café: não atendia aos interesses das oligarquias dissidentes

3.      Movimentos das novas classes urbanas

  •  Politicamente: o movimento tenentista e a revolução de 1930
  •  Socialmente: o movimento operário
  • Artisticamente: o movimento modernista.

4.      Modernismo
           
Ø   Conjunto de movimentos de renovação cultural e artística, cujo ponto culminante foi a Semana de Arte Moderna (1922). Sentia-se necessidade de uma cultura nova e de um sentimento de nação. Queriam construir a identidade nacional, respeitando as diferenças regionais do país.

5.      Tenentismo

Ø  Movimento da jovem oficialidade brasileira de contestação às instituições da República Velha. Tinha caráter elitista. Acreditavam que o caminho para salvar a pátria era a tomada do poder.
Ø  Os tenentes se indispuseram com a alta oficialidade e acusaram a cúpula do Exército de estar a serviço das oligarquias dominantes.
Ø  Apesar da preocupação com a miséria popular, não acreditavam que o povo, despreparado, fosse capaz de lutar pelos próprios interesses. À frente da luta deveriam estar, portanto, os jovens oficiais.
Ø  Propostas: Voto secreto, acabando com o voto de cabresto, e que a Comissão Verificadora não manipulasse as eleições.
Estabilidade financeira, diminuindo a dívida externa do país.
Proteção do governo para todos os produtos nacionais, não só o café, mas também a indústria.

6.      Principais manifestações tenentistas

  •  Revolta do Forte de Copacabana (1922)
·         Foi a primeira manifestação armada tenentista. Travada na praia de Copacabana, marcou o fim do governo de Epitácio Pessoa. O objetivo era evitar a posse de Artur Bernardes. No confronto com as forças do governo, morreram 16 oficiais, sobrevivendo apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes que, mais tarde, participariam de outros movimentos tenentistas. Esta revolta ficou conhecida como "Os 18 do Forte".


  •  Revolução paulista (1924)
·         No segundo aniversário da primeira revolta tenentista, explode, em São Paulo, outra manifestação armada dos tenentes. Os combates, violentos, provocaram a fuga do governador do Estado. O governo federal enviou tropas para auxiliar as forças do governo estadual, forçando os revoltosos a se retirarem para o interior e continuarem a luta. Em 1925, próximo da Foz do Iguaçú, no Paraná, os revoltosos engrossaram suas fileiras com outro exército revolucionário procedente do Rio Grande do Sul que lutava contra o governo de Artur Bernardes. Desse encontro, originou-se a Coluna Prestes.
  • Coluna Prestes (1925 – 1927)
·         Representou o ponto culminante da luta armada da jovem oficialidade. Teve como líder Luís Carlos Prestes. Percorreu cerca de 25 mil quilômetros de Sul a Norte. Tinha por objetivo conscientizar a população brasileira do perigo que representavam para o país as oligarquias dominantes. Propunha salvar o Brasil pela entrega do poder aos tenentes.

7.      Os governos, o país e a Revolução de 1930

  • 1919: política de valorização do café, empréstimos no exterior, aprofundamento da crise econômica. Capital norte-americano preponderante no Brasil.
  • 1922: presidente Artur Bernardes (mineiro) recorre à repressão para garantir a manutenção da ordem oligárquica. Governo marcado pelo surgimento do movimento tenentista.
  • 1926: Washington Luís presidente (paulista). A crise do 1929 (EUA) abala profundamente o final de seu governo. Situação piora quando Washington Luís se nega a apoiar o candidato mineiro que deveria sucedê-lo e opta pelo paulista Júlio Prestes. A idéia era garantir a continuidade da política de valorização do café. Ocorre o rompimento da alternância do poder entre mineiros e paulistas. A oposição se une na Aliança Liberal (oligarquias dissidentes de MG, RS e PB) e lança a candidatura de Getúlio Vargas com o paraibano João Pessoa para presidente e vice. Vitória de Julio Prestes por meio de fraudes, voto do cabresto. Descontentamento popular, assassinato de João Pessoa criam situação difícil para a elite cafeicultora dominante no poder.
  • 1930: a chamada Revolução de 1930 acontece. Revolta armada que levou à deposição do presidente Washington Luís. Poder entregue a Getúlio Vargas em novembro (um mês após). Inicia-se a chamada República Nova.

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