Powered By Blogger

sábado, 3 de novembro de 2012

O Imperialismo e as justificativas para a sua ação

O termo imperialismo deriva do latim e significa “ter o poder de mandar”. Em poucas palavras, trata-se da imposição de um controle direto ou indireto de um estado, povo ou nação sobre outro.

A história está repleta de exemplos de grandes conquistadores que adotaram determinadas práticas para dominarem imensas extensões territoriais, riquezas e povos. Um exemplo de um grande império na antiguidade foi o de Alexandre o Grande, que dominou as cidades gregas e subjugou a Ásia, tendo aos seus pés todo a mundo habitado e conhecido da época. Veja abaixo alguns exemplos de grandes impérios ao longo da história:

 Império Romano

 Império Espanhol

 Império Macedônico

 Império Mongol

 Império Persa

  Império Português

No século XIX, contudo, o imperialismo vai adquirir uma nova roupagem, buscando atender os interesses da burguesia industrial e financeira.

Para entender essa questão deve-se retornar à Segunda Revolução Industrial, levada a cabo na segunda metade do século XIX. A segunda etapa da revolução nas indústrias foi marcada pela incorporação de novas tecnologias, novas técnicas de produção e pela disseminação das indústrias por inúmeros países além do berço da revolução que foi a Inglaterra. A entrada de novos países na corrida industrial fez com que se ampliasse a busca de territórios que fornecessem matérias-prima e que se constituíssem enquanto mercados consumidores e áreas para investimentos de capitais excedentes.

Como resultado, os países que já haviam conquistado colônias havia muito tempo, como no caso da Inglaterra e da França, faziam questão de manter o seu domínio sobre essas regiões. Outros países que entraram tardiamente no clube imperialista como a Alemanha e a Itália estavam insatisfeitas com os retalhos territoriais que haviam conseguido, fazendo, inclusive, com que a Alemanha, por exemplo, adotasse uma política agressiva de expansão, que consiste em um dos motivos que desencadearão a Primeira Guerra Mundial.

No imperialismo de finais do século XIX e início do XX o estado tinha, portanto, a função de conquistar territórios e povos que facilitassem a expansão do capital interno e da industrialização do país. Nesse sentido, era comum os estados europeus mandarem tropas com a finalidade de submeter os povosorganizar e administrar as regiões dominadas, num processo de colonização. Esse ímpeto imperialista levou a partilha do continente Asiático e Africano, além da dominação informal de toda a América Latina. nativos e

Contudo, para dominar e subjugar imensas regiões e milhares de pessoas era necessário algumas justificativas. Elas existiam e eram apoiadas por amplos setores da sociedade dos países imperialistas que se sentiam superiores às populações dominadas. Entre as falácias que justificavam essa dominação pode-se citar:

  • A necessidade de levar o progresso e a civilidade para as nações atrasados. Segundo essa lógica, os povos dominados eram considerados atrasados e incivilizados e cabia às nações européias a missão de civilizar essas regiões errantes.

  • A percepção de que a obtenção de colônias era um fator que garantia status e prestígio frente às outras potências européias, ou seja, para ser uma grande potência era necessário exibir as suas colônias como troféus.

  • O etnocentrismo, que se baseava na idéia de que alguns povos eram superiores a outros. Neste caso os europeus eram superiores a asiáticos, indígenas e africanos.

  • Darwinismo social. Baseado na teoria da evolução de Darwin, que se propagou com o livro “A evolução das espécies” de 1859. Alguns pensadores se apropriaram das idéias de Darwin, e passaram a aplicar a teoria da seleção natural às sociedades humanas. Segundo a teoria dos darwinistas sociais algumas raças eram geneticamente superiores a outras, e neste caso os brancos, em especial europeus, eram superiores, mais evoluídos e progrediam mais rapidamente que os negros e asiáticos, tendo o direito, portanto, de quando em contato com os “selvagens” subjugá-los e crescer à custa de seu sacrifício. Ou seja, por serem menos evoluídos, a própria regra de seleção natural estaria condenando essas raças a sua inevitável extinção.

Observe o relato abaixo que procuram justificar a superioridade dos europeus em relação a outros povos:

Jules Ferry, 1885:

As raças superiores têm o direito perante as raças inferiores. Há para elas um direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores. Vós podeis negar; qualquer um pode negar que há mais justiça, mais ordem material e moral, mais equidade, mais virtudes sociais na África do Norte desde que a França a conquistou?

Foi nessa época que surgiu o que costuma ser conhecido como eugenia, que diz respeito ao estudo em relação ao aprimoramento da raça humana. Uma das vozes que encabeçou à idéia de eugenia foi Francis Galton, que era primo de Darwin, e defendia que características como a inteligência ou capacidades físicas específicas são herdadas e podem ser melhoradas em gerações futuras. Foi com base na eugenia que surgiu uma verdadeira classificação de raças, colocando-se os brancos no topo (a raça caucasiana) seguidos da raça mongolóide (que eram os asiáticos e ameríndios) e como raça mais inferior a negroide (que eram os negros africanos).

A Inglaterra, que era a maior potência industrial da época foi também a que mais vorazmente conquistou colônias e áreas de influência. Pode-se dizer que um terço do planeta estava de alguma forma sob o jugo da influência inglesa. Outras potências imperialistas de peso eram a França a Holanda e Bélgica. Uniam-se ao clube dos países imperialistas ainda a Itália e Alemanha, os Estados Unidos e Japão.
 
In:  http://imagohistoria.blogspot.com.br/2009/10/imperialismo.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário