Trecho do Manifesto Comunista, escrito por
Karl Marx e Friedrich Engels em 1848
A
abolição das relações de propriedade que têm existido até hoje não é uma
característica peculiar e exclusiva do comunismo. Todas as relações de
propriedade têm passado por modificações constantes em consequência das
contínuas transformações das condições históricas. A Revolução Francesa, por
exemplo, aboliu a propriedade feudal em proveito da propriedade burguesa.
(...)
(Na sociedade capitalista) a propriedade privada está abolida para nove décimos
de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que
ela existe para (os burgueses).
(...).
Os comunistas (...) proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser
alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as
classes dominantes tremam diante da ideia de uma revolução comunista! Os
proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a
ganhar.
Proletários
de todos os países, uni-vos!
MARX, Karl;
ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista. <HTTP://p.download.uol.com.br/cultvox/livros_gratis/manifesto_comunista.pdf>.
Acesso em: mar.2012.
Discurso de Mikhail Bakunin no Congresso da
Associação Internacional dos Trabalhadores, Suíça, 1868
Detesto
(...) (o comunismo), porque é a negação da liberdade e porque não concebo a
humanidade sem liberdade. Não sou comunista, porque o comunismo concentra e
engole, em benefício do Estado, todas as forças da sociedade; porque conduz
inevitavelmente à concepção da propriedade nas mãos do Estado, enquanto eu
proponho a abolição do Estado (...) com o pretexto de moralizar e civilizar os
homens, (o Estado) conseguiu até agora somente escravizá-los, persegui-los e
corrompê-los.
Quero
que a sociedade e a propriedade coletiva ou social estejam organizados de baixo
para cima por meio da livre associação e não de cima para baixo mediante a
autoridade, seja de que classe for.
BAKUNIN,
Mikhail. Discurso no Congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores na
Suíça. Centro de Mídia Independente. <www.midiaindependente.org/eo/blue/2003/02/247949.shtml
>. Acesso em: set. 2008.
Após a leitura dos textos acima,
responda:
a) O
que Marx e Engels quiseram dizer com a frase: “Os proletários nada têm a perder
nela a não ser suas cadeias”?
Para Marx e Engels, somente o fim da propriedade privada dos meios de produção poderia criar o direito de propriedade a todo o restante da população. A frase a que se refere a questão deve ser entendida em associação com a que vem a seguir no texto: "(Os proletários) têm um mundo a ganhar". Com essa afirmação, eles queriam dizer que, com a revolução comunista, os trabalhadores só tinham a perder as correntes que os prendiam ao capital, já que não eram proprietários dos meios de produção.
b) Que ideias defendidas pelo Socialismo Científico estão explícitas no texto?
O fim da propriedade privada dos meios de produção, revolução proletária.
c) O
que Bakunin quis dizer com a frase: “Com o pretexto de moralizar e civilizar os
homens, (o Estado) conseguiu até agora somente escravizá-los, persegui-los e
corrompê-los”?
Para Bakunin, o Estado não tinha cumprido o papel de mediador dos conflitos sociais. Ao contrário, permitia que uma classe estabelecesse o controle sobre ele e utilizasse suas instituições (política, escola, exército, etc.) para oprimir as outras classes. Segundo o autor, de nada adiantaria mudar a classe que controlava o Estado (da burguesia para o proletariado), pois o problema não era esse, e sim o controle exercido por qualquer classe sobre as outras e a opressão do Estado sobre a sociedade.
d) Que ideias anarquistas você percebe no texto?
A extinção do Estado, igualdade social, liberdade.
e) Quais
as principais diferenças entre as ideias de Marx e Engels e as de Bakunin?
Marx e Engels defendiam a conquista do poder político pelo proletariado. Bakunin discordava deles, pois defendia a extinção imediata do Estado e das classes, e não o domínio de uma nova classe social sobre as outras. Para ele, a liberdade é o principal valor da humanidade, e para conquistá-la é necessário o fim de qualquer tipo de autoridade e tutela (principalmente do Estado) sobre as forças da sociedade, assim como a organização da sociedade de baixo para cima por meio da livre associação.
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