Esparta foi fundada pelos dórios
e se destacou devido ao seu caráter militar.
Ao contrário de Atenas, que
praticou uma democracia direta, ou seja, todos os cidadãos atenienses deveriam
participar pessoalmente das assembleias onde se discutiam as leis, a política
não podia ser discutida em Esparta. A criação das leis espartanas era atribuída
ao deus Apolo que as ditara a um legislador mítico chamado Licurgo, que teria vivido entre IX e VIII a. C.. Após a elaboração
das leis, ele teria abandonado a cidade e, a partir daí, elas teriam ser
tornado inquestionáveis. Vez por outra Licurgo aparecia para participar do
Conselho de Anciãos. Caso fosse necessário, modificava as leis, tornando-as
novamente inquestionáveis.
Esparta era uma oligarquia controlada por um grupo de
famílias aristocráticas. A cidade era governada por dois reis (diarquia). Um deles permanecia na
cidade enquanto o outro lutava nas guerras. A autoridade dos reis era limitada
pela Gerúsia (Conselho de Anciãos), cujos
membros não podiam ter menos de 60 anos. Existia o Conselho dos Éforos, em número de cinco, eleitos pelo povo (os
espartanos, descendentes dos dórios) para um mandato de um ano. Os éforos
tinham grandes poderes, podendo julgar até os reis. Por último, havia a Ápela (Assembléia do Povo, formada
pelos cidadãos com mais de 30 anos), que não discutia as resoluções, mas tinha
o direito de aprová-las ou recusá-las.
Em Esparta, o objetivo principal
era produzir cidadãos que se tornassem bons soldados. Quando uma criança
nascia, era examinada pelos anciãos, que sacrificavam as fracas e as que
tivessem defeitos físicos. Os bebês fortes, que poderiam se tornar bons
guerreiros, eram entregues às mães, que os criavam até os 7 anos de idade. Dos
7 aos 29 anos, a educação dos jovens era responsabilidade do estado. Nesse
período, eles se preparavam para se tornar cidadãos-soldados de Esparta. Assim
que terminava a educação do homem espartano, ele deveria permanecer até os 60
anos a serviço do Estado, que regulava minuciosamente a vida de seus moradores.
Ao contrário de Atenas, onde as
mulheres eram submissas à vontade do pai ou do marido, viviam dentro de casa,
afastadas dos olhares dos homens, as mulheres tinham um papel importante nessa
sociedade. Era sua responsabilidade administrar os bens e propriedades da
família enquanto seus maridos participavam das batalhas. Além disso, tinham
liberdade para circularem sozinhas pelas ruas. Praticavam exercícios físicos,
para gerar guerreiros fortes e saudáveis, e recebiam treinamento de guerra,
para o caso de precisarem defender a cidade. Não tinham direitos políticos.
Até os dias atuais, o adjetivo
espartano é usado como sinônimo de simplicidade, pois assim era vida dessas
pessoas. O luxo, a riqueza e a ostentação eram proibidos. Todos os cidadãos que
serviam o Exército possuíam uma pequena propriedade, doada pelo Estado. Nela
produziam apenas o necessário para a sobrevivência de sua família.
Desde pequenos, os espartanos
eram treinados para falar pouco e respeitar os mais velhos. Também eram
proibidos de se posicionarem sobre assuntos políticos ou de criticar seus
superiores. Em função do rigor das leis e da ausência de debates públicos em
assembléias, os espartanos eram considerados lacônicos, ou seja, pessoas de
vocabulário curto. O laconismo se tornou uma marca dessa sociedade.
Atividade
Baseado
(a) na leitura deste texto, responda:
1. Compare
a vida do cidadão ateniense com a do espartano.
2. Diferencie
Democracia de Oligarquia.
3. Por
que o regime político espartano não era uma democracia?
Texto excelente!
ResponderExcluirMuito bom o texto.
ResponderExcluirMuito interessante, e esclarecedor. Ótimo texto. Muito didático!
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