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terça-feira, 26 de março de 2013

As cruzadas (vídeo 1) - 7ºs anos, Executivo


As cruzadas (vídeo 2) - 7ºs anos, Executivo


segunda-feira, 25 de março de 2013

Iluminismo: a fé na razão e a valorização da ciência (8ºs anos, Executivo)

"O Iluminismo é a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles mesmos. Minoridade é a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a orientação de outro. Essa minoridade será devida a eles mesmos se não for causada por deficiência intelectual, mas por falta de decisão e coragem para utilizar o intelecto como guia. 'Sapere aude!' 'Ouse usar seu intelecto!' é o lema do Iluminismo."

Assim o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) definiu esse movimento filosófico que se estendeu das últimas décadas do século 17 aos últimos decênios do século 18, em especial na França, Inglaterra, Escócia e Alemanha, embora sua influência tenha se expandido até o Novo Mundo.

 
As luzes da razão
Essa linha filosófica se caracteriza pelo empenho em estender a razão como crítica e guia a todos os campos da experiência humana. Nesse sentido, ela pretende levar as luzes da razão às trevas da ignorância e do obscurantismo e compreende três aspectos diversos, mas relacionados entre si:

  • extensão da crítica a toda e qualquer crença e conhecimento sem exceção;
  • realização de um conhecimento que, por estar aberto à crítica, inclua e organize os instrumentos de sua própria correção;
  • uso efetivo do conhecimento assim atingido com o fim de melhorar a vida privada e social dos homens.

    Vamos analisar casa um desses aspectos em particular.

    Fé na razão Se por um lado o Iluminismo adota a fé na razão, ao mesmo tempo considera limitado o poder da razão, cuja expressão típica é a doutrina da coisa em si, ou seja, os poderes cognoscitivos do homem, tanto sensíveis quanto racionais, vão até onde vai o fenômeno, mas não além, quer dizer, não atinge a coisa em si, independentemente de sua relação com o homem, para o qual é um objeto de conhecimento.

    Por outro lado, considerada a limitação dos poderes cognoscitivos, não existem campos privilegiados dos quais a crítica racional possa ser excluída. Em particular, isso implicava os campos da política, da moral e da religião, que até então eram tabus para o pensamento racional, aos quais o importante filósofo e matemático racionalista francês René Descartes (1596-1650) achava que a razão não tinha outra coisa a sugerir além da reverência às normas tradicionais.

    Princípios racionais de governo O Iluminismo não aceitava as renúncias cartesianas. Ao contrário, estendeu a indagação do domínio da religião e da política, propondo uma religião natural ou racional, fundada não na revelação histórica, mas na manifestação natural da divindade à razão do homem (deísmo), ao mesmo tempo que questionavam os fundamentos do poder absolutista e procuravam estabelecer os princípios racionais do governo e da organização social. Da mesma forma, evidenciando a importância dos sentimentos e das paixões na conduta do homem, buscam novos pilares para a vida moral do homem.

    Essa atitude crítica do Iluminismo expressa-se principalmente em sua hostilidade à tradição, que considera a força mantenedora das crenças e preconceitos que deveriam ser destruídos. Para os iluministas, tradição e erro coincidiam. Apesar de essa tese poder parecer exagerada hoje, não se pode esquecer que foi graças a ela que se venceram os poderosos entraves que a tradição impunha à livre pesquisa.

    O segundo aspecto a ser destacado no Iluminismo é que ele inclui o empirismo, ou seja, considera um atributo do conhecimento válido o fato de poder ser posto à prova. Essa atitude empirista garante a abertura da ciência e conhecimento em geral à crítica da razão, pois consiste em admitir que toda verdade pode e deve ser colocada à prova, sendo eventualmente modificada, corrigida ou abandonada.

    Valorização da ciência É essa atitude do Iluminismo que elevará a ciência (no sentido que essa palavra tem hoje) ao primeiro lugar na hierarquia das atividades humanas. A física - sistematizada primeiramente na obra de Isaac Newton - é considerada pelos iluministas como a ciência mãe ou como a "verdadeira filosofia". O Iluminismo também será decisivo para afastar a química da alquimia e assinalar as etapas fundamentais do desenvolvimento das ciências biológicas, com a obra de diversos naturalistas.

    Se os resultados obtidos pelas ciências dessa época - séculos 17 e 18, vale recordar - já foram ultrapassados nos dias de hoje, cabe ressaltar que eles puderam ser questionados e corrigidos pelo próprio compromisso fundamental do Iluminismo de não bloquear a obra da razão em nenhum campo e em nenhum nível, considerando todo resultado incompleto, provisório e passível de ser corrigido.

    Revoluções republicanas Finalmente, o Iluminismo inclui o compromisso de se utilizar a razão e os resultados que ela pode obter nos vários campos de pesquisa para melhorar a vida individual e social do homem. Politicamente, as ideias iluministas expressaram-se na Revolução Americana, de 1776, e Francesa, de 1789, que apresentavam como seu objetivo declarado a felicidade ou o bem-estar da humanidade.

    Além disso, no plano social, o Iluminismo é responsável por duas concepções de fundamental importância para a cultura moderna e contemporânea: os conceitos de tolerância e de progresso. O princípio de tolerância religiosa além de colocar a necessidade de convivência pacífica das várias confissões religiosas, também foi responsável pela separação entre religião e Estado. Por outro lado, o compromisso de transformação iluminista leva à concepção da história como progresso, ou seja, como possibilidade de melhoria do ponto de vista do saber e dos modos de vida do homem.

    Contemporaneidade Não há dúvida de que o Iluminismo é a matriz do nosso mundo contemporâneo, principalmente pelo impulso que deu à ciência e a laicidade (não-religiosidade). Embora, de um modo geral, em sua maioria, cientistas e intelectuais contemporâneos prestem culto ao Iluminismo e considerem suas "conquistas" como progressistas e inquestionáveis, não deixam de existir correntes de pensamento que discutem essa avaliação: afinal, a ciência e a tecnologia não só não resolveram inúmeros problemas da humanidade, como também criaram diversos outros: basta lembrar das armas de destruição em massa, dos efeitos da poluição ambiental, da mudança climática, etc.

    No âmbito de suma sociedade laica, em meio ao imenso potencial tecnológico e às imensas desigualdades sociais dos dias de hoje, não se pode deixar de considerar como conseqüências das Luzes do século 18 o relativismo moral, o individualismo, o hedonismo, o consumismo, que talvez mantenham o ser humano diante do mesmo obscurantismo que aquele movimento filosófico quis iluminar. Sob o ponto de vista existencial é possível falar em progresso num mundo em que ocorrem anualmente cerca de 400 mil homicídios e 800 mil suicídios, segundo estimativas das Nações Unidas?

    Para você pensar O filósofo contemporâneo inglês John Gray declarou numa entrevista à revista "Época" em 26/12/05:


    "Os seres humanos diferem dos animais principalmente pela capacidade de acumular conhecimento. Mas não são capazes de controlar seu destino nem de utilizar a sabedoria acumulada para viver melhor. Nesses aspectos somos como os demais seres. Através dos séculos, o ser humano não foi capaz de evoluir em termos de ética ou de uma lógica política. Não conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatório. No século 18, o Iluminismo imaginou que seria possível uma evolução através do conhecimento e da razão. Mas a alternância de períodos com avanços e declínios prosseguiu inalterada. A história humana é como um ciclo que se repete, sem evoluir."


  • Você concorda com ele?
     
  • Como você relaciona a afirmação de Gray ao que você leu aqui sobre o Iluminismo?
In:  http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/iluminismo-a-fe-na-razao-e-a-valorizacao-da-ciencia.htm

O liberalismo (8ºs anos - Executivo)

O liberalismo envolve um grupo de pensadores que viveram as particularidades da Europa nos séculos XVII e XVIII. Nessa época o espírito empreendedor e autônomo da burguesia propôs outras possibilidades na relação entre os homens e o mundo. A figura do burguês, que se lançava ao mundo para o comércio e contava com sua própria iniciativa para alcançar seus objetivos, destoava de todo um período anterior onde os homens colocavam-se subservientes ao pensamento religioso.

Nesse contexto vários pensadores se mobilizam no esforço de dar sentido àquele mundo que se transformava. Um primeiro ponto do pensamento liberal defendia a idéia de que o homem tinha toda sua individualidade formada antes de perceber sua existência em sociedade. Desta maneira, o indivíduo estabelecia uma relação entre seus valores próprios e a sociedade.

O modo mais sensato para que o homem pudesse equilibrar-se entre si mesmo e o social seria o uso da razão. A razão consistia na habilidade do homem em experimentar o mundo à sua volta (empirismo) e assim ponderar sobre as formas mais úteis e inteligíveis de se buscar seus interesses. Essa mesma razão seria um dote visível nos homens que tivessem sede pelo conhecimento. Em sociedade, o uso da razão também iria auxiliar na construção das melhores instituições e práticas.

Esse traço universal dado a todos os homens, além de construir uma imagem positiva do individuo, concebe uma idéia de igualdade entre todos. O direito que o homem tem de agir pelo uso da sua própria razão, segundo o liberalismo, só poderia garantir-se pela defesa das liberdades. Temos nesse ponto o eixo central do liberalismo, que irá criticar todo e qualquer ato que promova a desigualdade ou a privação à liberdade.

No aspecto político, o liberalismo vai demonstrar que um regime monárquico, comandado pelas vontades individuais de um rei, não pode eficazmente colaborar na garantia à liberdade. No momento em que a vontade do rei subjuga o interesse de um grupo social o Estado Monárquico impediria os princípios de liberdade e igualdade.

Dessa forma, o governo deveria representar a vontade de uma maioria. Somente pela via democrática, concretizada pelo voto, o Estado poderia funcionar como representante dos interesses coletivos. As leis seriam uma espécie de contrato, onde o coletivo social negociaria como poderia firmar um tipo de governo voltado para a manutenção da liberdade e da igualdade entre os indivíduos.

Referente às questões econômicas, o liberalismo defendeu o direito à propriedade e o livre comércio. O trabalho enquanto manifestação do esforço humano na busca da sobrevivência daria ao individuo o direito de posse sobre qualquer coisa obtida pelo fruto de suas ações. Dessa maneira, a propriedade privada é vista no pensamento liberal como um direito natural do homem que age.

Além disso, o Estado não poderia interferir na economia, pois isto seria uma privação à liberdade de ação e principalmente um grande risco à prosperidade material da nação. Segundo os liberais, a própria economia desenvolveria meios para equilibrar-se. Na medida em que o Estado impedisse ou limitasse algum meio de produção da riqueza, a prosperidade estaria ameaçada ou destinada a setores restritos da sociedade.

Enquanto sistema de pensamento, alguns liberais tiveram concepções diferentes entre si. Muitos deles tiveram suas teorias refutadas pelas sociedades da época. Na obra do pensador Jean- Jaques Rousseau (1712 – 1778), por exemplo, a propriedade privada era colocada como um mal responsável pela desigualdade entre os homens. Em resposta a burguesia do século XVIII refutou essa tese.

Cada pensador liberal, ao seu modo e a partir de determinadas perspectivas, lançou um tipo de teoria. No entanto, em meio à diversidade de suas idéias, estabeleceu-se um conjunto de valores que integravam, liberdade, razão, individualidade e igualdade como princípios norteadores pela busca da felicidade humana.

Por Rainer Sousa
Mestre em História 

In:  http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/liberalismo.htm

segunda-feira, 18 de março de 2013

O Iluminismo

As transformações econômicas e sociais da Idade Moderna, principalmente a Revolução Industrial e os progressos científicos, provocaram mudanças na maneira de pensar e de sentir dos europeus. A Revolução Inglesa do século XVII e a Revolução Industrial do século XVIII foram conduzidas pela burguesia inglesa, o objetivo desses movimentos revolucionários era destruir as estruturas econômicas, sociais e políticas que sustentavam o Antigo Regime, tais como o direito divino dos reis, a política econômica mercantilista e o poder político da Igreja Católica. A crise do Antigo Regime foi acompanhada por um conjunto de novas idéias filosóficas e econômicas que defendiam a liberdade de pensamento e a igualdade de todos os homens perante as leis. As idéias econômicas defendiam a prática da livre iniciativa. Esse movimento cultural, político e filosófico que aconteceu entre 1680 e 1780, em toda a Europa, sobretudo na França, no século XVIII, ficou conhecido como Iluminismo, Ilustração ou Século das Luzes. Os iluministas caracterizavam-se pela importância que davam à razão. Somente por meio da razão, afirmavam ser possível compreender perfeitamente os fenômenos naturais e sociais. Essas idéias baseavam-se no racionalismo. Defendiam a democracia, o liberalismo econômico e a liberdade de culto e pensamento. Na verdade, o Iluminismo foi um processo longo do qual as transformações culturais iniciadas no Renascimento prosseguiram e se estenderam pelo século XVII e século XVIII. As idéias iluministas influenciaram movimentos como a Independência dos Estados Unidos, a Inconfidência Mineira e a Revolução Francesa. O Iluminismo iniciou-se na Inglaterra, mais foi na França, que atingiu seu maior desenvolvimento. Foi na França que viveram os maiores pensadores iluministas, Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e D´Alembert.


In:  http://www.historiamais.com/iluminismo.htm

quarta-feira, 13 de março de 2013

As Cruzadas (7º ano, Executivo)

Rei Ricardo, coração de leão. No peito, a cruz, principal símbolo do cristianismo.
Rei Ricardo, coração de leão. No peito, a cruz, principal símbolo do cristianismo.

 
De 1096 a 1270, expedições foram formadas sob o comando da Igreja, a fim de recuperar Jerusalém (que se encontrava sob domínio dos turcos seldjúcidas) e reunificar o mundo cristão, dividido com a “Cisma do Oriente”. Essas expedições ficaram conhecidas como Cruzadas.
A Europa do século XI prosperava. Com o fim das invasões bárbaras, teve início um período de estabilidade e um crescimento do comércio. Consequentemente, a população também cresceu. No mundo feudal, apenas o primogênito herdava os feudos, o que resultou em muitos homens para pouca terra. Os homens, sem terra para tirar seu sustento, se lançaram na criminalidade, roubando, saqueando e sequestrando. Algo precisava ser feito.

Como foi dito anteriormente, o mundo cristão se encontrava dividido. Por não concordarem com alguns dogmas da Igreja Romana (adoração a santos, cobrança de indulgências, etc.), os católicos do Oriente fundaram a Igreja Ortodoxa. Jerusalém, a Terra Santa, pertencia ao domínio árabe e até o século XI eles permitiram as peregrinações cristãs à Terra Santa. Mas no final do século XI, povos da Ásia Central, os turcos seldjúcidas, tomaram Jerusalém. Convertidos ao islamismo, os seldjúcidas eram bastante intolerantes e proibiram o acesso dos cristãos a Jerusalém.

Em 1095, o papa Urbano II convocou expedições com o intuito de retomar a Terra Sagrada. Os cruzados (como ficaram conhecidos os expedidores) receberam esse nome por carregarem uma grande cruz, principal símbolo do cristianismo, estampada nas vestimentas. Em troca da participação, ganhariam o perdão de seus pecados.

A Igreja não era a única interessada no êxito dessas expedições: a nobreza feudal tinha interesse na conquista de novas terras; cidades mercantilistas como Veneza e Gênova deslumbravam com a possibilidade de ampliar seus negócios até o Oriente e todos estavam interessados nas especiarias orientais, pelo seu alto valor, como: pimenta-do-reino, cravo, noz-moscada, canela e outros. Movidas pela fé e pela ambição, entre os séculos XI e XIII, partiram para o Oriente oito Cruzadas.

A primeira (1096 – 1099) não tinha participação de nenhum rei. Formada por cavaleiros da nobreza, em julho de 1099, tomaram Jerusalém. A segunda (1147 – 1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII, da França, e Conrado III, do Sacro Império. Em 1189, Jerusalém foi retomada pelo sultão muçulmano Saladino. A terceira cruzada (1189 – 1192), conhecida como ‘”Cruzada dos Reis”, contou com a participação do rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém. A quarta cruzada (1202 – 1204) foi financiada pelos venezianos, interessados nas relações comerciais. A quinta (1217 – 1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas enchentes do Rio Nilo, no Egito. A sexta (1228 – 1229) ficou marcada por ter retomado Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas pelos turcos. A sétima (1248 – 1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente, tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos. A oitava (1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes entre a população local e sucumbiram.

As Cruzadas não conseguiram seus principais objetivos, mas tiveram outras consequências como o enfraquecimento da aristocracia feudal, o fortalecimento do poder real, a expansão do mercado e o enriquecimento do Oriente.
 
Por Demercino Júnior
Graduado em História

As invasões bárbaras (7 ano, Gênesis)

A formação de um vasto império proporcionou aos romanos uma série de dificuldades ligadas à manutenção dos limites territoriais com outros povos europeus. Durante o século IV os povos germânicos foram gradativamente atraídos pela disponibilidade de terras férteis e o clima ameno das possessões romanas. Paralelamente, essas populações também sofriam com a pressão militar exercida pelos hunos, habilidosos guerreiros mongóis que forçavam a entrada dos germânicos no Império Romano.

Naquele período, os romanos tinham o costume de chamar esses invasores estrangeiros de “bárbaros”. Essa palavra de origem grega era genericamente destinada a todo aquele que não tinha capacidade de assimilar a língua e os costumes romanos. Apesar dessa distinção, as invasões bárbaras foram responsáveis diretas por um intenso intercâmbio cultural que modificou profundamente a formação étnica, política, econômica, linguística e religiosa do mundo ocidental.

Inicialmente, a aproximação entre os romanos e bárbaros ocorreu de maneira pacífica ao longo da fronteira natural estabelecida pelo Rio Reno. No século XII a.C., a tentativa de expansão dos territórios romanos estabeleceu o envio de tropas para as imediações do rio Elba. Tal ação poderia ser o primeiro passo para que o Império Romano pudesse estabelecer novos domínios na Germânia. Contudo, os povos dessa região acabaram impondo a fronteira romana para trás do rio Reno.

Progressivamente, o contato com os bárbaros permitiu a entrada de estrangeiros na própria estrutura de poder romana. Alguns germânicos eram contratados para realizar a guarda pessoal dos imperadores. Ao mesmo tempo, os povos que habitavam a fronteira foram reconhecidos como federados, tendo a função de evitar que outros povos estrangeiros adentrassem os domínios romanos. Entretanto, no momento que os hunos atacaram as tribos germânicas, a entrada de estrangeiros se intensificou.

Fugindo do terror imposto pelos hunos, os visigodos romperam a fronteira do Império e pediram ajuda das autoridades romanas. O Imperador Valente decidiu abrigá-los na Macedônia com a condição de garantirem a proteção das fronteiras daquela região. Contudo, a presença dos visigodos se tornou uma ameaça no momento em que estes estrangeiros tentaram controlar politicamente o espaço macedônico. Logo em seguida, outras tribos buscaram a Europa como refúgio.

Observando a fragilidade militar dos romanos, algumas tribos germânicas vislumbraram a possibilidade de conquistar algumas partes do Império. Por volta de 402, o rei Alarico, da tribo dos visigodos, promoveu uma série de campanhas militares que deveriam conquistar a Península Itálica. Para que não tomasse a cidade de Roma, este monarca recebeu das autoridades romanas uma vultosa indenização em terras e tributos. Logo em seguida, os visigodos tomaram a Península Ibérica e a região sul da Gália.

Por volta de 406, as tribos germânicas dos quados, vândalos, suevos e alanos também adentraram o militarmente combalido território romano. Os vândalos conquistaram o norte da África e, sob o comando de Genserico, formaram seu reino com capital em Cartago. Em 455, aproveitaram de seu fortalecimento econômico e militar para saquear a cidade de Roma.

Os francos conquistaram a porção norte da Gália. Os burúngios, em 433, se fixaram na região do rio Ródano. Jutos, anglos e saxões promoveram em conjunto a conquista da ilha da Bretanha. O Império Romano se mostrava todo desfigurado com a formação de novos reinos que tomaram toda Europa Ocidental. Aos romanos ainda restava o controle da Península Itálica. Contudo, no ano de 476, os hérulos, comandados pelo rei Odoraco, depuseram Rômulo Augústulo, o último imperador do Império Romano do Ocidente.

Fonte: Brasil Escola

terça-feira, 12 de março de 2013

O Império Bizantino (7º ano, Gênesis) - vídeo


Corrigindo uma informação do vídeo abaixo (Feudalismo): 7ºs anos, Executivo!

Retificando: o feudalismo se forma ao longo a Alta Idade Média, após a queda de Roma, da "mistura" de elementos das culturas germânicas e romanas, mas se faz perceber realmente a partir do século IX, lembram? O vídeo diz que ele começou no século V, com as invasões, mas ele foi se formando a partir do século V, ok? Não confundam!!!

domingo, 10 de março de 2013

Resolução das atividades 6º ano, Gênesis (A origem do ser humano)


1. Qual a teoria mais aceita atualmente sobre a origem do homem?
A teoria mais aceita, na atualidade, é a evolucionista (Charles Darwin).
2. Quando dizemos que os seres humanos também são primatas queremos dizer que descendem dos macacos?
Não, segundo o "darwinismo", homens e macacos descendem de um único ser primata, mas evoluíram de formas diferentes.
3. Questão 2, p.  24 do livro.

Australopithecus: viveram entre 5 milhões e 1 milhão de anos atrás; mediam cerca de 1,20 m de altura; pesavam cerca de 30 kg; volume do cérebro de 450 cm3.
Homo habilis: viveram entre 2,3 milhões de anos atrás e 1,6 milhão de anos atrás; mediam cerca de 1,25 m; pesavam cerca de 50 kg; volume do cérebro de 800 cm3.
Homo erectus: viveram entre 1,8 milhão e 200 mil anos atrás; mediam cerca de 1,75 m; pesavam cerca de 70 kg; volume do cérebro de 950 cm3.
Homo sapiens: viveram desde 200 mil anos atrás; quanto à altura, existe grande variação; também em relação à massa corporal; o volume cerebral de cerca de 1.400 cm3.

Conclusão: o ser humano, conforme a passagem do tempo, teve um considerável aumento na altura, massa corporal e vole do cérebro. Isso decorreu da necessidade de adaptação aos diferentes ambientes, do maior consumo de alimentos, e do aumento da atividade cerebral.

4. O período mais antigo e mais longo da história humana é conhecido como Paleolítico. Escreva um pequeno texto sobre as principais características desse período e explique por que recebeu o nome de Pedra Lascada.
O Paleolítico é o maior período da Pré-história. Durante esse período, os hominídeos desenvolveram conhecimentos, criaram técnicas e fabricaram novos instrumentos de uso cotidiano. O uso do fogo e a migração para outros continentes também aconteceram neste período. De forma geral, levavam uma vida nômade, eram caçadores e coletores, pescavam. Além disso, acontecia uma divisão sexual do trabalho, na qual as mulheres eram encarregadas da coleta de frutos, folhas e raízes e do cuidado com as crianças, enquanto os homens eram encarregados da caça e da procura de animais mortos para alimentar os membros do grupo.

5. O que significa dizer que os primeiros Homo levavam uma vida nômade?
Significa dizer que eles não tinham habitação fixa, mudavam constantemente.
6. O que marcou a passagem do Paleolítico para o Neolítico? Explique essa mudança.
O desenvolvimento da agricultura. Com ela, os homens passar a ter vida sedentária e surgem as primeiras aldeias.
7. O que significa sedentarização?
É quando as pessoas passa a viver fixas.
8. O que são pinturas rupestres?
Chamam-se pinturas rupestres as pinturas, gravuras ou desenhos feitos em superfícies rochosas. Eram feitas no interior de cavernas, geralmente, e representavam principalmente animais, seres humanos e cenas de caçada. 
9. Com o desenvolvimento de técnicas de fundição, os seres humanos iniciaram uma nova etapa do seu desenvolvimento. Explique o que isso representou em sua vida prática.
Com as novas técnicas de fundição, os homens puderam desenvolver armas e ferramentas mais eficientes.


Resolução das atividades 6ºs anos (Executivo) - A começo de tudo

1. Com base nos textos e no que foi visto em sala, defina as teorias do Criacionismo e do Evolucionismo.
A teoria criacionista tem como base a Bíblia e diz que o homem foi criado por Deus, à sua imagem e semelhança. Ainda segunda ela, o ser humano nasce pronto, não passando por uma evolução. Já o evolucionismo diz que o homem descende de um ser primata e que é resultado de uma lenta e gradual transformação. Através da seleção natural, imposta pelo meio, sobrevive aquele que consegue desenvolver habilidades de adaptação.
2. Atualmente, qual teoria é tida como a mais próxima de uma "verdade" sobre a origem do homem?
Atualmente, muitos cientistas aceitam a teoria de Darwin como a mais próxima de uma "verdade".

3. De acordo com o que foi explicado, podemos dizer que o homem descende do macaco?
Não. Homem e macaco descendem de um ser primata único e evoluíram de formas diferentes.
4. Por que a origem dos primeiros hominídeos é cercada por muitas controvérsias?
 Por que não existem elementos suficientes para determinar a sua origem. Por isso, é comum nos referirmos a esse momento como o elo perdido.
5. Faça uma linha do tempo da linhagem hominídea.
Australopithecus
Homo habilis
Homo erectus
Homo neanderthal
Homo sapiens
6. Atualmente, acredita-se que todos os homens e mulheres têm uma origem comum. Por que nos tornamos tão diferentes hoje?
Uma série de fatores pode interferir na forma como evoluímos - depende de onde vivemos, o tipo de clima, alimentação, etc.

7. Responda a questão 7, p. 50, do livro didático.
3, 5, 4, 2, 1.

Homo sapiens: surgiu, aproximadamente, há 200 mil anos. Tinha um cérebro altamente desenvolvido.
Homo neanderthalensis: Habitou a Europa e partes do oeste da Ásia entre, provavelmente, 300 mil anos e 29 mil anos atrás, tendo coexistido como o Homo sapiens.
Australopithecus: é o chamado macaco do sul, e apareceu há cerca de 5 milhoões de anos.
Homo erectus: habitava cavernas. Foi, certamente, o primeiro a usar o fogo e a iniciar uma migração do continente africano para diversas regiões.
Homo habilis: foi o primeiro a construir e utilizar ferramentas de pedra lascada, o que lhe valeu esse nome específico.

A origem do homem (vídeo)


sábado, 9 de março de 2013

Resolução da atividade II (Revolução Inglesa) - 8ºs anos, Executivo



1.  A respeito dos acontecimentos relativos à Guerra Civil, responda: De que forma o julgamento de Carlos I lançou base para novas idéias políticas, e que mudança esse fato causou no modelo de governo inglês? (Questão 5, b), p. 25 do livro didático).
      Com a sentença de decapitação imposta a Carlos I pela Câmara dos Comuns, a sociedade rompia com a idéia de origem divina do rei e de sua incontestável autoridade. A Inglaterra se tornou uma República, e Cromwell, líder do exército do Parlamento, passou a ser o líder do governo.

2.      Caracterize resumidamente o período republicano.
     Ampliou a participação política da burguesia; foi forte e repressor; confiscou terras da nobreza feudal e da igreja anglicana; não promoveu mudanças sociais; criou os Atos de navegação, que promoveu um surto de crescimento na marinha inglesa; concentrou poderes tão absolutos quanto os de um rei; o poder passou a ser hereditário.
  
3.      Por que a população ficou insatisfeita com o governo de Cromwell?
    Apesar de terem lutado ao lado dos burgueses para derrubar o absolutismo, não tiveram suas reivindicações atendidas. Permaneciam sem representantes no Parlamento e tinham uma vida de miséria.

4.  O governo de Cromwell foi marcado pelo autoritarismo e repressão, o que lhe deu um caráter ditatorial. Cite uma passagem do livro que confirme isso.
   Durante o seu governo, surgiram dois grupos (niveladores e escavadores) que buscavam representação no Parlamento, bem como terras que pertenciam à Igreja Anglicana (que haviam sido confiscadas pelo governo), respectivamente. A reação de Cromwell a esses grupos foi severa: prendeu todos os líderes e mandou executá-los.

5.  Tendo em vista atingir os comerciantes de uma grande potência econômica da época, o Parlamento inglês estabeleceu, em 1651, os Atos de Navegação.
  
      a)    Identifique qual potência a Inglaterra visava atingir:Holanda
b)      O que significava e quais as suas consequências?
     Os Atos de Navegação definiam que o transporte de mercadorias com a Inglaterra só poderiam ser feitos com embarcações inglesas ou de países que tinham relações com ela. Teve, como resultado, o enfraquecimento do comércio holandês, quebrando a hegemonia de sua frota marítima, e o crescimento da Inglaterra como uma potência marítima comercial.


6.      Por que, após o governo de Cromwell a Inglaterra voltou a ter uma monarquia?
     Após a morte de Cromwell, houve muita agitação, por causa do medo de que surgisse um novo governo ditatorial. Essa apreensão era partilhada por todos das classes mais ricas, que viam, na figura do rei, uma opção para conter a população.

7.      O que levou o Parlamento a convidar Guilherme de Orange a assumir o trono inglês?
      Diante das pretensões de implantar um absolutismo na Inglaterra por parte do rei Jaime II (além do fato dele ter amizade com o rei Luís XIV, da França; e de ter tido um filho), o Parlamento resolveu convidar Guilherme de Orange para assumir o trono inglês (sob a condição de ser sempre subordinado ao Parlamento).


8.      Explique por que esse movimento foi chamado de Revolução Gloriosa.
      Foi assim chamado por que o rei Guilherme de Orange assumiu o trono, sem que houvesse derramamento de uma gota sangue.

9.   A REVOLUÇÃO GLORIOSA, ocorrida na Inglaterra entre 1688 e 1689, interrompeu o reinado de Jaime II e colocou no trono inglês um príncipe de Holanda, Guilherme de Orange. Entre os fatores que levaram à revolução estão as lutas entre o poder real e o Parlamento, a necessidade de superação do absolutismo e lutas religiosas. Aponte os principais reflexos da Revoluçao Gloriosa em termos de transformação política da Inglaterra.
      A Revolução Gloriosa instituiu a Monarquia Parlamentarista na Inglaterra, reduzindo o poder real com a Petição de Direitos (Bill of Rights).

10.  De que maneira a Revolução Inglesa contribuiu para fazer da Inglaterra a maior potência econômica da época?
    Participando do governo, a burguesia eliminou as restrições econômicas mercantilistas e introduziu o liberalismo econômico.

Resolução da atividade I (Revolução Inglesa) - 8ºs anos, Executivo

1. A Revolução Inglesa é considerada a primeira revolução burguesa da história da Europa. Com base no que você viu e observando os elementos que se enfrentaram durante essa Guerra Civil ocorrida na Inglaterra, explique o motivo deste evento ser assim considerado.
Enquanto em outros países, vivia-se um governo absolutista e de sociedade com moldes feudais, a Inglaterra tinha uma nobreza com caráter burguês. Assim, a Revolução Inglesa foi um conflito que surgiu como uma reação às limitações que o absolutista (e o mercantilismo) impunha a esta classe desejosa de maior liberdade para as suas atividades comerciais. 

2. Pesquise sobre o Anglicanismo e o Puritanismo (Calvinismo, na Inglaterra) e diga de que forma a opção religiosa se relaciona com a luta política durante a Revolução Inglesa. 
Na Inglaterra, política e religião se entrelaçavam, na medida em que o Anglicanismo representava uma religião que tinha como chefe o próprio rei. Já o Puritanismo, com suas idéias de prosperidade material relacionadas a bençãos divinas, tinha na classe burguesa um grande número de simpatizantes (e o Parlamento inglês era composto, em sua maioria, por puritanos). Então, seguir uma destas religiões era também adotar um posicionamento político-econômico.

3. Pesquise o significado de Guerra Civil. A seguir, responda: quais foram às causas da guerra civil inglesa, em 1642? 
A Guerra Civil é aquela que envolve a população civil (e não apenas os militares) de um país num conflito armado, em geral, opondo pelo menos duas facções (grupos, partidos, etnias, etc.) que lutam pelo poder.
Na Guerra Civil inglesa, o rei Carlos I tentou impor o Anglicanismo aos calvinistas (puritanos), que não aceitaram. O rei também dissolveu o Parlamento e restaurou antigos impostos. Sob a liderança dos puritanos, grande parte da burguesia passou a defender reformas no Estado e na economia que os favorecessem, entrando em conflito com a nobreza e o rei.

4. Elabore um quadro organizando os grupos sociais que estavam ao lado do rei e os que estavam do lado do Parlamento, bem como a opção política de cada um deles. 

Grupo social: nobreza tradicional, burguesia (que se beneficiava da política do rei) - faziam parte das forças aliadas ao rei; nobreza aburguesada (gentry) e burguesia, yeomen (pequenos e médios proprietários rurais), camponeses e artesãos - forças aliadas ao Parlamento.
Opção política: monarquia abosolutista - forças aliadas ao rei; maiores poderes para o Parlamento - forças aliadas ao Parlamento.
Opção religiosa: anglicanismo e catolicismo - forças aliadas ao rei; puritanismo - forças aliadas ao Parlamento.
Exército: cavaleiros - forças aliadas ao rei; cabeças-redondas - forças aliadas ao Parlamento.

Os Tudor: um século de poder.

Os Tudor conseguiram dar fim a uma guerra civil, criaram uma nova religião e colocaram a Inglaterra no caminho para se tornar uma potência. Isso tudo em apenas 100 anos

Aos 69 anos, Elizabeth I estava cansada, velha demais para os padrões da época e solitária. A "rainha virgem" passou seus últimos meses de vida na cama, recusando qualquer atendimento médico. No leito, a monarca recebeu a visita do arcebispo John Whigtift. Ele tomou suas mãos e lhe falou sobre o paraíso. Elizabeth respondeu retribuindo o aperto de mãos, contente pelo que ia encontrar nos céus. Morreu nas últimas horas de 24 de março de 1603, no palácio de Richmond, no condado de Surrey. "Foi com tristeza que a notícia da morte percorreu Londres na manhã seguinte. A rainha governara o reino por quase 45 anos e não havia deixado descendentes diretos", diz Heather Thomas, historiadora galesa especializada na história de Elizabeth I. Com o fim do reinado, a dinastia Tudor, após 118 anos, chegava ao fim. Os Tudor assumiram a coroa inglesa em 1485. Henrique VII deu início à linhagem que teve como sucessores Henrique VIII, Eduardo VI, Mary I e Elizabeth I. Durante a dinastia, houve o rompimento com a Igreja Católica e a fundação da Igreja Anglicana e a Inglaterra atingiu alto nível de desenvolvimento político, econômico e cultural. “É sob os Tudor que se tem o período mais florescente da expansão e consolidação do poderio britânico, na política européia, no comércio e nas finanças, na expansão ultramarina e na independência religiosa”, afirma Estevão Martins, professor de História na Universidade de Brasília.

MANOBRAS PELO TRONO

Henrique Tudor nasceu em 1457 no País de Gales, filho de Edmund Tudor, o conde de Richmond, e Margarida Beaufort, trineta de Eduardo III, rei da Inglaterra entre 1327 e 1377. Embora tivesse direito ao trono, Henrique não pertencia à linha de sucessão direta. Por 30 anos, até então, o poder se alternava entre os Lancaster e os York. Mas, em 1455, quando Ricardo, duque de York e aspirante ao trono, prendeu Henrique VI, rei da Inglaterra e da família rival, deflagrou-se a Guerra das Duas Rosas (a flor era símbolo das duas casas reais). Em 1471, quando Eduardo IV de York subiu ao trono, Henrique Tudor fugiu das famílias em disputa, para a Bretanha.

Em 1483, com a morte de Eduardo IV, a história mudou. O herdeiro direto seria seu filho Eduardo V, então com 12 anos. Mas seu tio, Ricardo de York, duque de Gloucester, usurpou o trono e acabou coroado Ricardo III. Com a manobra, a família Lancaster passou a apoiar as intenções de Henrique Tudor de virar rei. E, em 1485, Henrique marchou para a Inglaterra. Na batalha de Bosworth Field, matou Ricardo II e se proclamou rei Henrique VII. Para pacificar as famílias, casou-se com Elizabeth de York. E convenceu o papa Inocêncio VIII a criar a Bula da Excomunhão, para punir os que tentassem tomar o trono.

Do casamento do rei com Elizabeth de York nasceram Arthur, Henrique, Margaret e Mary. Para estreitar laços com os países vizinhos, o monarca casou Margaret com James IV da Escócia e Mary com Luís XII da França. O primogênito, Arthur, ele uniu à princesa espanhola Catarina de Aragão. A cerimônia ocorreu em 1501, quando os noivos tinham 15 e 16 anos. Em 1502, o príncipe morreu de malária e a viúva de Arthur foi obrigada a ficar na corte. O rei não havia recebido parte do dote da princesa e, por isso, não dera a ela todas as rendas previstas no contrato nupcial. Assim, os pais de Catarina não lhe permitiram voltar à Espanha.

TUDO POR UM TUDOR

Henrique VII morreu em abril de 1509, aos 59 anos. Sucedeu-o Henrique VIII, nascido em 1491. Com 17 anos, em 1509, casou-se com Catarina de Aragão. No mesmo dia, os noivos foram coroados, na Abadia de Westminster, rei e rainha da Inglaterra. Henrique era culto, atlético e falava vários idiomas. Aumentou a frota de cinco para 53 navios. Mas não era pacífico. Seu reinado foi o que teve mais execuções na história da Inglaterra: 330 mortes, entre 1532 e 1540.

O rei não conseguiu um herdeiro com Catarina de Aragão. Apenas uma filha vingou, a futura rainha Mary. Entregar a coroa a uma mulher poderia fragilizar o trono e, por isso, Henrique VIII precisava de um herdeiro homem. Nesse meio-tempo, apaixonou-se por Ana Bolena, dama de honra da rainha. “Seu magnetismo sexual e a forma como ela cativou aqueles ao seu redor é bem documentada.

Foi essa ‘diferença’, bem como sua sagacidade, inteligência e efervescência, que atraíram o rei”, escreveu Richard Bevan, jornalista que trabalha em um roteiro sobre Ana. Henrique quis convencer o papa a anular seu casamento, sob o argumento de que ele era ilegal, por Catarina ter sido mulher de seu irmão. Clemente VII recusou-se, mas, mesmo assim, em 1533, o rei se casou com Ana Bolena. A anulação do casamento com Catarina seria anunciada um mês depois. O papa excomungou o rei, que respondeu rompendo com a Igreja Católica. Criou a Igreja Anglicana, que não obedece a Roma, é chefiada pelo rei e permite o divórcio. A decisão tornou-se oficial em 1534, no Decreto de Supremacia (Act of Supremacy).

"A separação da Inglaterra da Igreja Católica foi subproduto da obsessão por um herdeiro", diz Heather Thomas. Acontece que Ana também teve uma filha mulher, Elizabeth. O rei envolveu-se então com outra dama da corte, Jane Seymour. Para se livrar da segunda esposa, acusou-a de bruxaria e traição."Eram 8 horas da manhã de 19 de maio de 1536. Vestida com roupão preto coberto por um manto branco, Ana Bolena encaminhou-se para a execução. Não negou as acusações e elogiou seu marido, dizendo que o amava. Foi vendada e esperou poucos segundos até o carrasco lhe cortar o delicado pescoço", afirma Bevan.

Em 1537, finalmente, nasceu o varão de Henrique, Eduardo. A mãe, Jane, morreu 12 dias depois, por problemas no parto. O rei ainda casou outras três vezes, até morrer em 1547. Considerado o primeiro rei anglicano da Inglaterra, Eduardo VI foi coroado aos 9 anos e governou com um Conselho de Regência. Com ele, a religião ganhou força: em 1549, foi introduzido no país o Livro de Oração Comum (de preces anglicanas), em inglês, língua que se tornou oficial.

BLOODY MARY

Em seu leito de morte, o rei foi influenciado por um de seus tutores, John Dudley, a escolher como sucessora Jane Gray, casada com seu filho Guilford Dudley. Perto de fazer 17 anos, o rei morreu de tuberculose e Jane Gray assumiu em seu lugar. A população, no entanto, não aprovou a rainha e exigiu Mary I no trono. Assim, após nove dias, a primeira filha de Henrique VIII assumiu o poder.

Sua primeira ação foi revalidar o casamento de Henrique VIII com sua mãe, Catarina de Aragão. Filha de uma católica, restaurou o catolicismo e o crime de heresia: opositores seriam mortos, por traição à Santa Sé. Cerca de 300 anglicanos foram queimados como hereges em três anos. Foi chamada de Queen Bloody Mary (Rainha Sanguinária), nome que anos depois batizou um drinque de suco de tomate e vodca. Para piorar sua imagem, casou-se com Filipe II da Espanha. Isso revoltou o povo: significava ameaça à independência e risco de subordinação. Quando ela e o marido formaram uma aliança para lutar contra a França, o descontentamento aumentou, principalmente porque os franceses conquistaram Calais, última possessão britânica na França. Sem filhos, Mary deixou o trono para sua meia-irmã Elizabeth I, em 1558, ao morrer do que dizem ter sido um tumor.

Em novembro daquele ano, começava um dos governos mais populares e importantes da monarquia britânica: o de Elizabeth, filha de Henrique VIII e Ana Bolena. “Seu reinado é apontado como a Idade do Ouro da história inglesa. Ela se tornou uma lenda em seu próprio tempo de vida, famosa por suas notáveis habilidades e realizações”, diz Heather Thomas. A rainha era astuta. Nomeou ministros de confiança para apoiá-la, e as questões mais críticas levou ao debate no Parlamento. Também restaurou a religião anglicana.

Tudo ia bem, até a rainha se desentender com Filipe II, seu cunhado. A Espanha era a maior potência da época e Filipe sonhava ser monarca britânico. Católico, pretendia restaurar sua fé na Inglaterra. Quando navios espanhóis foram saqueados por piratas ingleses, prática incentivada pela rainha, Filipe, em 1588, enviou uma frota de 130 navios para tomar o reino. Elizabeth I, então, discursou à tropa: “Sei que tenho o corpo de uma mulher fraca e frágil, mas tenho também o coração e o estômago de um rei – e de um rei da Inglaterra!” Resultado: venceu a Armada espanhola. Em 1600, criou a Companhia das Índias Ocidentais e iniciou a expansão marítima. “Quando ela subiu ao trono, em 1558, a Inglaterra era um país empobrecido, dilacerado por questões religiosas. Quando morreu, era um dos mais poderosos países do mundo”, afirma Heather Thomas. Elizabeth não se casou. Foi assim que ganhou o apelido de “rainha virgem”. Após sua morte, em 1603, de acordo com o testamento de Henrique VIII, assumiu o descendente de Mary, irmã mais nova de Elizabeth. Jaime VI, rei da Escócia, tornou-se Jaime I da Inglaterra, iniciando a era dos Stuart.

In:  http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/tudor-seculo-poder-476690.shtml